Há três possibilidades no escândalo Rosemary Noronha, a Rose: ou Dilma não
sabia da operação da PF, ou sabia e não falou para Lula, ou sabia, falou para
Lula e ambos combinaram lavar as mãos.
Se a presidente não foi informada, ponto para o Ministério da Justiça e para
a PF, que agiram profissionalmente e serviram ao país, não a um governo de
plantão.
Se foi informada e não interveio no trabalho da PF, ponto para Dilma, mas o
clima não deve estar nada bom entre ela e Lula, que prestigiava tanto a ex-chefe
de gabinete da Presidência em São Paulo que sempre a levava em viagens
internacionais.
Se Dilma autorizou a operação e avisou Lula, ponto para ambos, mas a própria
Rose, com tanto poder nos dois mandatos de Lula, deve estar se sentindo traída.
Uma arara.
Afora o tal cruzeiro do Bruno e Marrone, parece que Rose não é nada modesta.
Além de empregar na Anac e na ANA os companheiros agora presos, também arranjou
três (três!) vagas gordas para o marido e boquinhas para a filha, para o genro
e sabe-se lá mais para quem. Boa mãe...
Afinal, ela se autoinvestiu desse poder ou recebeu delegação de quem mandava
de fato e de direito? Caberia ao presidente do Senado, José Sarney, e ao líder
do governo Lula na Casa, Romero Jucá, contar por que -e por quem- inverteram as
regras, a tradição e o bom-senso para aprovar em plenário um cidadão que tinha
sido rejeitado duas vezes para uma agência reguladora. E que acabou preso pela
PF pela venda de pareceres para empresas privadas.
Será que os dois ilustres senadores fizeram das tripas coração para aprovar
o sujeito por um cândido pedido de Rose? Ou ela tinha tanta desenvoltura que
usava e abusava do nome do então presidente Lula? E ele não tinha ideia de que
isso ocorria?
Dilma volta à fase da "faxina" e Lula espalha que não viu, não
ouviu, não sabia, mal conhecia a moça. Os dois se dizem indignados. Deveriam
ficar também muito preocupados.
Fonte: Folha de S. Paulo
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