Presidente retoma diálogo com a base, promete reduzir número de MPs, mas não vence a batalha
BRASÍLIA - Não durou um dia a reconciliação entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o PMDB. Após encontro na noite desta segunda entre a petista e a cúpula peemedebista, que, em tese, serviria para selar o compromisso do PMDB com o governo, o aliado deu novo sinal de desgaste e, mais uma vez, não votou uma Medida Provisória (MP) considerada importante pelo governo.
Ontem, a Comissão mista que analisa a MP 609 suspendeu a sessão sem apreciar a matéria. Dessa forma, a análise do parecer do deputado federal Edinho Araújo (PMDB-SP) foi adiada e uma nova reunião marcada para amanhã.
Araújo chegou a ler seu relatório sobre a MP, que desonera itens da cesta básica. No parecer do peemedebista, foi incorporado o texto de outra Medida Provisória, a de número 605, que permite o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para baixar o preço da energia.
Essa manobra visa permitir a redução das tarifas de energia elétrica, mesmo com o fim da validade da MP 605, cujo validade se esgotou nesta segunda-feira. “A desoneração da conta de energia elétrica associa-se ao esforço pelo alívio de pressão fiscal sobre a economia e sobre as famílias”, justificou Araújo.
Crise. Durante a reunião entre a presidente Dilma e os caciques do PMDB, a petista se comprometeu a mandar menos MPs ao Congresso e encaminhar o novo marco regulatório da mineração em forma de projeto de lei em regime de urgência. Inicialmente, o governo pensava em enviar a proposta em forma de MP.
“Ficou estabelecido que a presidente vai mandar a proposta do marco regulatório da mineração por projeto de lei com urgência, e vai discuti-lo antes de mandar ao Congresso, o que achamos muito bom”, disse o presidente do Senado Renan Calheiros.
Renan disse ainda que, durante o encontro, não houve conversa sobre as relações tensas entre PMDB e governo e que as discussões foram apenas institucionais. “Está tudo em paz, porque nós não estávamos lá como representantes do PMDB”, declarou Renan, deixando nas entrelinhas que a situação partidária é complexa. “Não nos competia discutir sobre coordenação política ou MPs porque são competências do Poder Executivo.”
Fonte: O Tempo (MG)
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