Instituto ligado a tucanos inspira novo partido
Luciana Nunes Leal
RIO - Um partido sem políticos, que prega a redução do tamanho do Estado para aumentar a eficiência da gestão e defende sem rodeios a privatização de bancos públicos e de estatais emblemáticas, como a Petrobrás, está em formação por um grupo de profissionais liberais e executivos radicados principalmente no Rio e em São Paulo. O NOVO ainda não tem registro oficial do TSE, mas já ganhou apelido: "a direita do PSDB".
O presidente da futura sigla é João Dionisio Amoêdo, de 50 anos, engenheiro e administrador, sócio da Casa das Garças, instituto de estudos que reúne tucanos ex-colaboradores do governo FHC como Armínio Fraga, Edmar Bacha e André Lara Resende. "Não gosto do rótulo de direita e esquerda. Mas, de fato, entendemos que o Estado deva ser menor, que a livre iniciativa deva ser maior e que o indivíduo é o principal gerador de renda. Isso dá um caráter mais liberal do que o conceito que tem o PSDB", explica.
Amoêdo, como os outros 180 fundadores do NOVO, é estreante no mundo da política. "Por causa do meu histórico na área financeira, tive relacionamento com economistas ligados ao PSDB, mas não com políticos do PSDB", diz Amoêdo, que integra os conselhos administrativos do Itaú BBA e da João Fortes Engenharia. Por enquanto, nenhum dos economistas tucanos ingressou na sigla.
O nome NOVO tem letras maiúsculas como uma sigla partidária, mas foi escolhido para fugir da "ideia de partido", segundo Amoêdo, e reforçar o slogan de "um jeito diferente de fazer política". Para conseguir o registro, precisa de 492 mil assinaturas de eleitores que apoiam a criação da legenda. Tem 150 mil validadas pelos cartórios eleitorais e 520 mil em análise.
Num cenário em que falar de privatização ainda é tabu até para tucanos, Amoêdo expõe com clareza o que pensa o NOVO: "O Estado deveria focar nas áreas básicas de saúde, educação, segurança. Ele é importante, mas tem capacidade gerencial reduzida. O fato de a Petrobrás pertencer ao governo não melhora a vida de ninguém. As pessoas criticam o governo por ser mau gestor de escolas, de hospitais. Mas qual é a diferença do Banco do Brasil para o Bradesco, o Santander, o Itaú?".
Se o NOVO conseguir registro até outubro, em 2014 vai priorizar a eleição de deputados. Mas a estratégia para crescer está focada nas eleições municipais de 2016.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário