Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - Apesar de a direção nacional do partido ter decidido sair do governo Dilma Rousseff, o PSB continua integrando administrações petistas, como os governos da Bahia e de Sergipe, e não pretende romper essas alianças locais. A exceção foi o Rio Grande do Sul, onde os socialistas entregaram os cargos na semana passada e serão adversários do governador Tarso Genro (PT), que disputará a reeleição. Os petistas, por sua vez, também não pretendem desembarcar dos governos socialistas dos quais fazem parte.
Em reunião com a bancada do PT na Câmara, na última terça-feira, o presidente do partido, Rui Falcão, afirmou, de acordo com deputados presentes, que eles têm de agir com cautela por estarem no comando do governo federal. Por isso, segundo ele, os petistas não deveriam sair dos governos do PSB, porque essa atitude soaria como ruptura. A preocupação da direção nacional do PT é manter uma boa relação com o presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), que é pré-candidato à Presidência da República, de olho em uma aliança no provável segundo turno das eleições do ano que vem.
Rui Falcão, nessa semana, também deu mostras de preocupação com a manutenção do PSB na base do governo, para garantir a governabilidade num segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Ainda de acordo com participantes da reunião, Falcão disse que é preciso agir com muito tato, porque cada estado apresenta uma realidade diferente:
— Em muitos locais, o PSB cresceu com o nosso apoio, o que foi bom para ambos — disse Falcão, de acordo com presentes.
A direção nacional do PSB também não vê problema na manutenção das alianças regionais com o PT:
— Nossa decisão é relativa aos dois ministérios e à Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco). Não há nenhum veto à participação dos petistas nos nossos governos, nem restrições à manutenção de nossos quadros nos governos petistas. Não rompemos com o PT, não declaramos guerra ao PT nem ao governo (Dilma) — disse o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
A Executiva Nacional do PSB chancelou a decisão de sair do governo — entregando os ministérios da Integração Nacional e dos Portos — no último dia 18. Campos ficou irritado com a pressão feita por PT e PMDB para que a presidente Dilma tirasse do governo o ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), que é seu afilhado político.
A cúpula do PSB atribui ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e a Rui Falcão o comando da ala que pressionou pela retirada dos cargos do partido.
Fonte: O Globo
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