Ex-ministro cancela agenda com empresários, convoca coletiva e afirma que está ‘indignado’
Relatório da Polícia Federal diz que Padilha indicou executivo para laboratório de doleiro
Sérgio Roxo – O Globo
SÃO PAULO – O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), pré-candidato ao governo paulista, ameaçou nesta sexta-feira processar “qualquer pessoa” que tenha feito ligação entre ele e o doleiro Alberto Youssef, o principal alvo de investigação da Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF). Relatório da PF aponta indícios de que o ex-ministro indicou o executivo Marcus Cezar Ferreira de Moura para a diretoria do Labogen, laboratório que tem entre seus sócios Youssef. Em uma conversa gravada com autorização judicial entre o deputado André Vargas (PT-PR) e Youssef, em novembro passado, o primeiro menciona o nome de Marcus Cezar e diz que a indicação seria de Padilha. O ex-ministro disse estar “indignado”.
- Tendo acesso aos documentos, vou orientar meus advogados a interpelar judicialmente qualquer pessoa que tenha feito menção ao meu nome - declarou Padilha, em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira em São Paulo, acrescentando:
- Mente quem cita qualquer relação minha com o doleiro. Mente quem diz que indiquei Marcus Cezar...para qualquer cargo em laboratório. Mente quem diz que o laboratório Labogen teve qualquer contrato com o Ministério da Saúde.
O ex-ministro havia cancelado encontro com empresários e lideranças políticas marcado para a manhã desta sexta-feira em Marília, no interior paulista. Outros cinco compromissos, todos parte da Caravana Horizonte Paulista, criada para alavancar o nome do ex-ministro no estado, também foram cancelados nesta sexta-feira. Na única agenda mantida, no município de Vera Cruz, o ex-ministro evitou a imprensa.
- Cancelei toda a agenda para manter uma postura que sempre tive de imediata resposta e estar à disposição da imprensa para todos os esclarecimentos – disse.
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