Fornecedores pagaram mais de R$ 30 milhões a doleiro, diz revista
Junia Gama - O Globo
BRASÍLIA e RIO - Para a oposição, as revelações de pagamentos de mais de R$ 30 milhões por parte de empreiteiras e fornecedores da Petrobras à MO Consultoria, empresa controlada pelo doleiro Alberto Youssef, reforçam a necessidade de uma CPI para investigar irregularidades na estatal. As novas denúncias foram publicadas na revista “Época”, baseadas em documentos apreendidos pela Polícia Federal na casa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele e o doleiro foram presos no fim do mês passado na operação Lava Jato. Costa é suspeito de lavagem de dinheiro.
O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), afirmou que no início da semana os partidos oposicionistas vão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o início das investigações no Congresso. Na semana passada, a base governista desencadeou uma operação de guerra para inviabilizar as investigações, depois que a oposição protocolou o pedido de CPI. Esta semana será decidido no Senado se haverá CPI e o seu escopo.
— O governo vai mover céu e terra para estabelecer uma farsa de investigação, uma CPI gorda, cheia de penduricalhos. Mas iremos ao Supremo para garantir os direitos da minoria. Mostraremos que uma CPI, uma vez lida, não tem o que discutir, tem que instalar — disse Agripino.
Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), o noticiário mostra que o governo já vem dizendo: que as investigações estão sendo feitas por meio dos órgãos de fiscalização, como Polícia Federal e Tribunal de Contas da União (TCU), e que dificilmente a CPI vai conseguir algo além disso:
— A CPI busca a disputa política eleitoral, já que a investigação está sendo feita para valer. Nós apresentamos uma CPI, para investigar essas denúncias da Petrobras, da refinaria Abreu e Lima, do metrô de São Paulo, vamos à CPI.
O senador Aécio Neves (PSDB-SP), pré-candidato à Presidência, cobrou a instalação de CPI:
— As revistas mostram uma relação incestuosa de uma gravidade enorme de agentes políticos importantes do PT, com grande influência no PT, dentro da Petrobras para fazer negócios.
O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, partido do presidenciável Eduardo Campos, afirmou que as denúncias indicam uma antiga prática de desvio de dinheiro para o caixa de campanhas políticas. O Palácio do Planalto disse que não comentaria as denúncias.
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