• Campos diz que Aécio representa mudança conservadora
• Candidato do PSB quer implantar passe livre para estudantes, mas ainda não tem detalhes sobre a proposta
Sérgio Roxo – O Globo
SÃO PAULO — O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta terça-feira que o tucano Aécio Neves representa na eleição deste ano uma opção de mudança conservadora para o país.
— Existem dois projetos de mudança: de um lado, um conservador que já governou o país e, de outro, existe um projeto progressista — disse Campos, ao participar de sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, pela rádio Jovem Pan, pelo portal UOL e pelo SBT, em São Paulo.
O presidenciável também declarou não ter intenção de disputar uma eventual reeleição em 2018 caso saia vitorioso da disputa eleitoral de outubro.
— Não tenho nenhum projeto de disputar a reeleição. Não vou ser eleito pensando em reeleição.
O PSB já apresentara no passado proposta de prorrogação do mandato presidencial para cinco anos e o fim do mecanismo da reeleição.
Na sabatina desta terça-feira, o presidenciável voltou a se colocar como único candidato capaz de preservar as conquistas dos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva:
— O Brasil não aguenta mais essa disputa em que o PT diz que o PSDB não fez nada pelo Brasil, e isso não é verdade. E o PSDB diz que o PT é um partido cheio de corrupto que não fez nada pelo Brasil, o que é outra inverdade.
Questionado sobre a sua estratégia de poupar de ataques Lula, de quem foi ministro, e centralizar as críticas na gestão da presidente Dilma Rousseff, Campos alegou que não pode debater com quem não é candidato.
— Se o PT tivesse escolhido o presidente Lula como candidato a presidente, nós, eu e Marina (Silva), estaríamos aqui discutindo com ele com a maior a tranquilidade do mundo.
Mas, para o candidato do PSB, Lula teve um desempenho superior ao de sua sucessora.
— Agora dizer que o governo Lula não foi muito melhor do que esse governo de Dilma seria negar a realidade — declarou Campos.
O presidenciável foi cobrado também a se manifestar sobre o escândalo do mensalão:
— É semelhante ao que eu acho sobre o escândalo da compra de votos no Congresso da reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Acho isso horror — resumiu.
Na avaliação dele, o mensalão é um assunto que não permite mais discussão porque já foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF):
— Sempre defendi a mais dura apuração desse processo.
O candidato do PSB tentou se distanciar do escândalo, apesar de fazer parte do ministério de Lula quando o mensalão veio à tona, em 2005, afirmando que tinha divergências com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
— Ele foi contra a minha nomeação para o ministério de Ciência e Tecnologia, em 2004 — alegou.
Ainda durante a sabatina, Campos falou sobre a sua proposta de campanha de implantar o passe livre no sistema de transporte para estudantes.
— Tem muito estudante pobre que precisa ter passe livre. Aí a gente tem que fazer escolhas. Entre subsidiar os juros para as grandes empresas e arrumar a passagem para o estudante da periferia chegar à escola, nós vamos optar pela educação integral e pelo passe livre — afirmou.
Ao final do encontro, ao ser questionado sobre custos e detalhes do projeto, o candidato disse que a proposta ainda está sendo estudada.
— O governo federal sob a nossa liderança terá solidariedade com as prefeituras e com os governos estaduais para implantação do passe livre. Agora, o detalhamento disso estará no programa de governo — concluiu ele.
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