Cristian Klein – Valor Econômico
SÃO PAULO - A comissão executiva nacional do PT entrou com representações no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da Paraíba e do Amazonas para mudar decisões tomadas pelas convenções do partido nestes Estados.
Na Paraíba, o PT nacional interveio para que seja desfeita a coligação com o PSB, para reeleger o governador Ricardo Coutinho (PSB), e que a legenda apoie a candidatura do senador Vital do Rêgo (PMDB) ao governo estadual.
No Amazonas, a cúpula petista pretende retirar o deputado federal do partido Francisco Praciano da chapa majoritária encabeçada pelo senador e ex-governador Eduardo Braga (PMDB). Praciano é candidato ao Senado, mas a direção nacional da legenda tem um acordo com o ex-governador Omar Aziz (PSD), segundo o qual o PT não lançaria um nome na disputa. Aziz também concorre ao Senado.
Nos dois "imbróglios", como define o secretário nacional de organização do PT, Florisvaldo Souza, sua orientação é para que as seções regionais não resistam no campo jurídico. Ou seja, que não recorram caso os TREs decidam a favor da direção nacional.
No campo político, no entanto, Souza afirma que os diretórios locais têm suas razões e que, em sua opinião pessoal, "deveríamos deixar como está". Isso demonstra que a cúpula petista não tem uma posição irreversível e pode contemporizar, se os tribunais não atenderem o pedido.
Na Paraíba, o entendimento é o de que o maior culpado pela confusão é o PMDB. O nome do partido ao governo estadual era Veneziano do Rêgo, ex-prefeito de Campina Grande, que desistiu de concorrer. A candidatura foi encampada pelo irmão, o senador Vital do Rêgo que, por sua vez, também desistiu, por dois dias, antes de retomá-la. Nesse meio tempo, o PT local fechou acordo com Coutinho, pelo qual o governador se comprometeu, por escrito, a ficar neutro na disputa ao Planalto e não fazer campanha para o presidente de seu partido, Eduardo Campos. O PT indicou para a vaga ao Senado Lucélio Cartaxo.
Souza conta que o PMDB nacional "brigou muito pela Paraíba" - o que motivou a representação do PT no TRE -, mas que os pemedebistas, na convenção estadual, já ocuparam a vaga ao Senado, que é uma prioridade dos petistas.
No Amazonas, a Executiva pode relevar já que Aziz "está sendo abraçado" por PSDB, DEM e PPS - partidos de oposição ao governo federal - e diz não ser mais contrário à candidatura de Praciano.
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