Rodrigo Polito e Luiz Henrique Mendes – Valor Econômico
RIO e RIBEIRÃO PRETO (SP) - Terceiro colocado nas pesquisas para a eleição presidencial e abastecido pelo recuo de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, Aécio Neves (PSDB) adotou o tema econômico como principal arma para atacar a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Segundo o senador, se o cenário econômico permanecer ruim, haverá queda do número de empregos no país.
"O Brasil vive hoje um processo de recessão técnica que significa para as pessoas que os empregos que estão sendo gerados hoje deixarão de ser gerados mais adiante. Não existe emprego, sobretudo de boa qualidade, quando não existe crescimento" afirmou ontem Aécio, antes de participar de uma partida de futebol promovida em parceria com o ex-jogador Zico, no Rio.
Diante do quadro econômico atual, Aécio sentenciou que o PT deixará o governo em 2015. "O atual governo fracassou. Essa é a questão central. E não vencerá as eleições o grupo que está hoje no poder", completou o tucano.
Com relação à ascensão de Marina Silva (PSB) nas pesquisas, Aécio reconheceu que ela é uma "candidata competitiva", mas cobrou clareza com relação às propostas da ex-senadora. "O Brasil não é para amadores. Vejo na proposta do PSB muitas contradições entre o que propõe e o que praticou no passado. Não há nada mais velho na política do que o discurso adaptado às circunstâncias do momento", afirmou.
Ainda com relação à nova concorrente, Aécio comentou, sábado, durante campanha em Ribeirão Preto (SP), que o programa de governo apresentado pelo PSB, que defende a revalorização do tripé econômico, "é a maior homenagem" que ele poderia receber. Para o senador, o programa de Marina Silva "consagra as teses" que o PSDB defende ao longo de sua história.
Sobre o programa de governo do PSDB, Aécio contou ontem que o partido lançará o documento nos próximos dias. O texto, segundo ele, será coerente com a história do partido.
Questionado sobre investigação do Ministério Público de Minas Gerais, de supostas irregularidades no programa Poupança Jovem, criado por ele quando era governador do Estado, Aécio disse que não foi citado no caso.
"Tem que perguntar para o promotor, que abriu [a investigação] em 2009, e eu nem fui citado com relação a isso. Tem que tomar muito cuidado com essas notícias que vêm em vésperas de eleição. Eu faria uma pergunta: alguém que abriu a investigação em 2009 e não citou o Estado até hoje? Fica para você a pergunta", disse o senador a jornalistas.
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