• Principais temas da reforma política opõem PT e PMDB, os maiores partidos do Congresso
João Domingos - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O movimento de reforma política que a Câmara pretende votar começa marcado pela divisão dos maiores partidos em defesa de propostas divergentes. A rigor, o financiamento público é defendido pelo PT. No PMDB, a maior resistência parte do presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ).
A forma do voto para a eleição de deputado marca a maior divisão. O PMDB defende o “distritão”. “É o voto do salve-se quem puder, dos que não têm nenhum compromisso ideológico”, diz o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Por essa fórmula, cada Estado seria transformado em um distritão e os candidatos mais votados seriam eleitos. Hoje, nem sempre o mais votado é eleito, porque primeiro é levado em conta a soma dos votos obtidos pelo partido ou coligação. Deputados muito bem votados chegam a puxar até três outros colegas com votação inferior a candidatos de outras legendas ou alianças.
O voto em lista preordenada é defendido pelo PT, sob o argumento de que leva o eleitor a votar em propostas, e não em demandas pessoais. Críticos dizem que esse modelo reforça a burocracia partidária, porque são eleitos os nomes que a legenda indicar, sem que o eleitor escolha um candidato.
O PSDB, que apoia o voto distrital misto, crê que seus candidatos têm abrangência nacional e puxam os “votos de opinião”. Pela ideia, metade dos deputados seria eleita como hoje, em votação em todo o Estado, e metade em distritos a serem definidos.
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