• Segundo o vice-presidente, Dilma lhe deu permissão para negociar com siglas aliadas
Catia Seabra, Marina Dias – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Em um momento de dissonância na base aliada, a presidente Dilma Rousseff delegou a seu vice, Michel Temer (PMDB), a tarefa de distribuir entre partidos os cargos do segundo escalão do governo.
Segundo a Folha apurou, foi traçado um prazo de duas semanas para que Temer faça a negociação com o comando das siglas aliadas.
Na tarde desta quinta-feira (9), o vice-presidente discutiu a montagem com o ex-presidente Lula, em uma reunião na capital paulista.
O encontro aconteceu três dias depois de Temer assumir a articulação política do governo. E foi Lula quem sugeriu a escolha de um peemedebista para a função.
"A presidente me deu poderes para tanto [fazer nomeações]. Evidentemente sempre falarei com ela, mas tenho autonomia para fazer os levantamentos", disse Temer ao sair do Instituto Lula.
O ex-presidente, por sua vez, ficou encarregado de dar fim às disputas dentro do PT e acomodar o partido no segundo escalão do governo.
Na próxima semana, Temer conversará com os líderes dos demais partidos aliados. No PMDB, sua prioridade é a nomeação do ex-deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) para o Ministério do Turismo, ainda uma costura no primeiro escalão.
"Delicadamente, ele [Lula], disse que talvez eu me saia bem", brincou.
Publicamente, Temer justifica as reuniões com o argumento de que precisa articular uma reforma política. PMDB e PT divergem sobre o modelo ideal. "É fundamental fazer uma reforma política, mas qual será é o Congresso que irá definir", explicou.
Os principais partidos da base, a começar pelo próprio PT, reclamam da morosidade da presidente Dilma na composição do governo.
Uma das queixas recorrentes está na demora para a indicação dos integrantes das assessorias dos ministérios.
Alguns ministros recém-empossados ainda trabalham com equipes de antecessores.
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