• Montante seria de US$ 4 milhões, repassado a uma empresa de fachada
Eduardo Bresciani – O Globo
BRASÍLIA - O doleiro Alberto Youssef identificou para os investigadores da Operação Lava-Jato depósitos de US$ 4 milhões que teriam sido feitos pela Odebrecht para uma empresa de fachada usada no esquema. Segundo o doleiro, o montante fazia parte de acordo para o pagamento de R$ 7,5 milhões em propinas no exterior. A Odebrecht nega ter feito pagamentos a ex-diretores da Petrobras ou a “supostos intermediários”. Os documentos referentes aos depósitos fazem parte do processo que levou à prisão de dirigentes da empreiteira semana passada.
Os depósitos identificados por Youssef são em uma conta da RFY Import & Export, empresa de fachada controlada por Leonardo Meirelles, dono do laboratório Labogen. Meirelles admitiu ter feito operações superiores a US$ 100 milhões para Youssef no exterior, mas disse que precisava ir ao exterior para tentar identificar nos extratos a origem dos pagamentos. Youssef apontou aos investigadores oito repasses entre setembro de 2011 e maio de 2012 que teriam a Odebrecht como fonte originária.
Os extratos são de uma conta no Standard Chartered, de Hong Kong. Não há nomes de quem fez o depósito, apenas números. Os extratos foram anexados ao inquérito que levou à prisão dos executivos. Foram destacados com caneta marca-texto os depósitos que seriam da Odebrecht. Os extratos foram apreendidos pela PF em março de 2015, no escritório de uma das empresas de Youssef, a GFD Investimentos.
Youssef afirma que Cesar Rocha, diretor financeiro da holding da Odebrecht, era o responsável pelos pagamentos. Diz que o acerto era referente a propinas devidas pela empresa pelos contratos firmados para obras na refinaria Abreu e Lima (PE) e no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
Em nota, a Odebrecht contestou Youssef e negou ter feito os pagamentos: “A CNO reafirma que não fez nenhum tipo de pagamento ou depósito para ex-diretores da Petrobras e seus supostos intermediários. As acusações de réu confesso em dezenas de processos que tramitam na Justiça Federal do Paraná são mentirosas. Todos os contratos obtidos, há décadas, pela CNO junto à Petrobras seguiram estritamente o que estabelece a legislação vigente”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário