• Governador do Rio conversou por telefone com a presidente Dilma Rousseff
Por Marco Grillo / Vivian Oswald – O Globo
RIO E PARIS — Aliados da presidente Dilma Rousseff, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), criticaram a decisão do correligionário Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, de abrir o processo de impeachment contra Dilma. Em Paris para a COP 21, Paes endureceu o tom e chamou a medida de “escárnio”. Já Pezão, conversou por telefone com a presidente na manhã desta quinta-feira, afirmou que o episódio é “lamentável”.
Paes, que se tornou um político próximo a Dilma, disse que o processo “envergonha a democracia brasileira”.
— Poucas vezes na vida, eu vi um gesto de tão baixa dimensão política. Ficar trocando votinho de um ou dois deputados pelo impeachment da presidente da República, que pode ter lá os seus defeitos, mas não é desonesta, é um escárnio. A democracia brasileira deveria se envergonhar de este processo estar acontecendo — disse o prefeito ao GLOBO, na saída do encontro das C40, grupo formado por 80 megacidades que atuam juntas por medidas de combate à mudança do clima.
Pezão conversava com jornalistas no Leblon, na futura na futura estação de metrô Antero de Quintal, que fará parte da Linha 4, quando foi avisado por assessores que a presidente estava retornando sua ligação. Ao voltar da conversa, Pezão disse que manifestou solidariedade e que falar com outros governadores, com o objetivo de formar uma frente de apoio a presidente.
— É lamentável que a gente vá para o segundo ano (do segundo mandato de Dilma) discutindo o impeachment. A gente tem que pedir racionalidade (aos deputados). Essa não é a pauta. O apelo que eu faço é que a gente termine rapidamente esse processo e dê governabilidade ao país. A Dilma é uma pessoa séria e honesta — disse Pezão.
Na visão do governador, o ano Legislativo foi perdido com a discussão de "pautas-bomba". Pezão acredita que o debate em torno do impeachment poderá fazer com que pautas importantes não sejam debatidas na Câmara.
— É um erro (a abertura do processo). Não ajuda o país neste momento.
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