- O Estado de S. Paulo
O suporte que o PSDB, em consórcio com DEM e PSD, dá à permanência de Michel Temer na presidência é precário. O partido e seus aliados fazem, nos bastidores, uma triagem para encontrar um nome de consenso capaz de assumir a presidência caso o peemedebista se inviabilize.
E, paralelamente a isso, costuram um acordo para que o escolhido se comprometa com a manutenção das reformas e a permanência dos nomes-chave da equipe econômica.
Essas premissas afastam, numa primeira análise, Henrique Meirelles como opção para o lugar de Temer. Ele teria um papel importante para manter a confiança - interna e externamente - na capacidade de tocar adiante a pauta econômica mesmo em caso de queda do segundo presidente em um ano.
Não é, portanto, um voto de confiança em Temer o que os principais partidos da base oferecem. Eles apenas observam as nuvens para saber se o peemedebista cai de maduro. Se isso acontecer, querem ter a saída pronta - e não começar a discutir a partir da queda consumada.
No governo, a percepção de que o equilíbrio de Temer é mais frágil do que dão a entender os discursos faz com que toda a aposta recaia na resiliência do Congresso. Se Câmara e Senado avançarem com a pauta, ainda que a conta-gotas, aliados do presidente acreditam que ele pode lograr êxito em virar o jogo insistindo na tese de que foi vítima de "armação".
A prisão de Tadeu Filippelli - mais um assessor presidencial metido em corrupção, ainda que não ligada a Temer - e a apreensão da mala de dinheiro de Rodrigo Rocha Loures são alguns fatores de incerteza na temerária estratégia temerista.
FORA, TEMER?
Jobim e FHC lideram a bolsa de apostas
Com Meirelles apontado como fiador das reformas e, portanto, peça-chave na Fazenda, as apostas dos principais caciques que comandam as conversas em busca do possível sucessor de Temer se concentram em Fernando Henrique Cardoso e Nelson Jobim. Como FHC resiste a aceitar a empreitada, os tucanos tentam viabilizar Tasso Jereissati como opção, sem respaldo nos demais partidos.
FICA, TEMER?
Defesa de peemedebista estuda novos recursos contra delação
Além da integridade da gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, a defesa do presidente deve recorrer contra outros aspectos da delação do grupo JBS. A "escolha" de Edson Fachin como relator por parte de Rodrigo Janot, sem que haja ligação clara com a Lava Jato, de acordo com os advogados, deve ser um dos focos de recurso. O outro é de o advogado do grupo ser também delator, o que tiraria sua legitimidade para se contrapor ao Ministério Público.
PODE MUDAR
Equipe de Janot já admite que STF pode rever acordo da JBS
Na defensiva pelas críticas nos meios jurídicos, políticos e mesmo entre apoiadores da Lava Jato à benevolência da delação da JBS, procuradores do grupo de trabalho de Rodrigo Janot já dizem não ver problema caso o STF reveja cláusulas do acordo.
TAMO JUNTO
Doria e Alckmin se reaproximam e fazem dobradinha na crise
A crise nacional reaproximou João Doria Jr. e Geraldo Alckmin, que vinham se estranhando em razão da corrida para 2018. Prefeito e governador combinam cada declaração e voltaram a apostar na parceria administrativa, como na ação na Cracolândia.
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