terça-feira, 17 de julho de 2018

Ciro será primeiro a formalizar candidatura

Por Vandson Lima, Fernando Exman e Lucas Marchesini | Valor Econômico

BRASÍLIA - Os partidos com candidatura a presidente da República definida darão a largada esta semana nas convenções que decidirão o rumo das legendas na eleição de 2018. Já os partidos do chamado Centrão, que ainda não fecharam apoio a nenhum candidato, mas são cortejados - no todo ou em parte - por postulantes que vão de Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) a Jair Bolsonaro (PSL), ainda não marcaram data para bater o martelo sobre suas alianças e devem fazê-lo apenas às vésperas do fim do prazo, ampliando o tempo para negociação.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as convenções para a escolha dos candidatos a presidente e vice-presidente da República, governador e vice, senador e seus suplentes, deputados federal, estadual ou distrital precisam ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto.

Ciro Gomes e o PDT abrem os trabalhos na sexta-feira, primeiro dia do prazo. A aliança mais desejada - e provável - é com o PSB. Contudo, não deverá ser anunciada no evento. O PSB não tem reuniões previstas para esta semana e ainda está dividido internamente entre Ciro, o apoio ao PT ou se manter fora de acordos em âmbito nacional. Se Ciro vai se adiantar aos demais, o PSB usará o prazo permitido pela justiça eleitoral no limite, realizando sua convenção apenas no dia 5.

No mesmo dia 20, o PSC promete lançar Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A candidatura, se confirmada, irá na contramão das pesquisas, em que Rabello até o momento não alcançou 1% das intenções de voto, e de eventuais flertes do PSC para se agrupar ao Centrão.

No mesmo dia, em São Paulo, o Psol vai oficializar Guilherme Boulos como candidato a presidente. A data também terá o lançamento do deputado federal Cabo Daciolo como candidato ao Planalto pelo Patriota. A convenção do PSL, que lançará a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro, será feita no Rio de Janeiro, Estado do parlamentar, no domingo, dia 22, mesmo dia em que Alvaro Dias, do Podemos, deve ter a candidatura oficializada.

As convenções do PCdoB e do MDB estão agendadas para os dias 1 e 2 de agosto. PT e PDT negociam possível desistência do PCdoB em lançar candidatura própria, com Manuela D'Ávila, em favor de um acordo nacional.

Presidente do MDB, o senador Romero Jucá (RR) divulgou vídeo ontem defendendo enfaticamente o lançamento de candidato próprio, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "O maior partido do Brasil não pode se esconder ou se omitir. Não participar desta eleição seria um ato de covardia. O MDB não deve fugir ao debate. Isso seria diminuir nosso tamanho e importância", afirmou o presidente.

Jucá assegurou que está se formando uma maioria nas representações locais do MDB em favor da candidatura de Meirelles. "Tenho ouvido da grande maioria nos nossos Estados o desejo de candidatura própria a presidente. O MDB precisa ser cada vez mais afirmativo e conduzir seu próprio caminho".

Já o dia 4 de agosto deve ser concorrido: PSDB, Rede e o Novo devem reunir seus militantes e apresentar seus candidatos: Geraldo Alckmin, Marina Silva e João Amoêdo. Além deles, o PT mantém a disposição de lançar, neste mesmo dia, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba.

O tucano, que tem encontrado dificuldade para subir nas pesquisas, pretende chegar à convenção fortalecido pela oficialização de apoios do PV e PTB, que realizam suas convenções no dia 28, e se possível do PSD, que pode fazer sua reunião nesta mesma data ou no dia 4, coincidindo com o PSDB. Já o PPS, também dado como certo na coligação pró-Alckmin, ainda não marcou data.

DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, que compõem o Centrão, não definiram data para suas convenções. O grupo pretende marchar unido, mas as siglas pendem para diferentes lados neste momento e há ainda divisões dentro das próprias legendas, cujos caciques se reuniram sábado e podem voltar a fazê-lo esta semana.

Pros e PHS são outros partidos que ainda não marcaram data.

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