DEU EM O GLOBO /Segundo Caderno
Em uma prova do seu potencial eleitoral, a superexposta ministra, maestra do apagão e de frases como “O meio ambiente é uma ameaça so desenvolvimento” foi eleita a Mala do Ano de 2009, no tradicional certame promovido pelo colunista.
A mala do ano ou a musa do apagão
Conheça os dez mais votados na eleição mais tradicional da temporada de prêmios
Quem disse que Dilma Roussef não é boa de voto? Pois dobre a língua. Depois de uma carreira política inteirinha construída em gabinetes, a ministra participa de sua primeira eleição verdadeiramente democrática e sai vencedora. Este ano não teve para mais ninguém. Deu Dilma na cabeça.
Ela é a minha, a sua, a nossa Mala do Ano.
Justiça seja feita: Dilma fez uma campanha impecável. Quando o concurso mal tinha começado, quando ainda não havia favoritos, Dilma arrumou um apagão, deixou o país quase todo às escuras e ainda deu uma série de declarações minimizando o desastre. Não deu outra. Ficou em primeiro lugar desde a primeira apuração. E, agora, quase no finzinho, quando seu nome já estava praticamente sendo superado por outras malas de destaque, ela foi a Copenhage para dizer que “o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento”.
Dilma ganhou o pódio definitivamente.
Daqui para a frente, ela pode perder todas as outras eleições a que se candidatar. Já tem um vitória. É a mala do ano, primeira e única. Pesada e sem rodinha.
A vitória por maioria absoluta de Dilma só foi ameaçada pela força que Caetano Veloso tem nessa área. Ninguém aguenta mais ouvir Caetano tendo opinião formada sobre tudo. E, nas poucas vezes neste 2009 em que o leitor pensou que passaria uma semana inteira sem ouvir falar em Caetano Veloso, o cantor dava um jeito de levar um tombo no palco, e começava tudo outra vez.
Em uma prova do seu potencial eleitoral, a superexposta ministra, maestra do apagão e de frases como “O meio ambiente é uma ameaça so desenvolvimento” foi eleita a Mala do Ano de 2009, no tradicional certame promovido pelo colunista.
A mala do ano ou a musa do apagão
Conheça os dez mais votados na eleição mais tradicional da temporada de prêmios
Quem disse que Dilma Roussef não é boa de voto? Pois dobre a língua. Depois de uma carreira política inteirinha construída em gabinetes, a ministra participa de sua primeira eleição verdadeiramente democrática e sai vencedora. Este ano não teve para mais ninguém. Deu Dilma na cabeça.
Ela é a minha, a sua, a nossa Mala do Ano.
Justiça seja feita: Dilma fez uma campanha impecável. Quando o concurso mal tinha começado, quando ainda não havia favoritos, Dilma arrumou um apagão, deixou o país quase todo às escuras e ainda deu uma série de declarações minimizando o desastre. Não deu outra. Ficou em primeiro lugar desde a primeira apuração. E, agora, quase no finzinho, quando seu nome já estava praticamente sendo superado por outras malas de destaque, ela foi a Copenhage para dizer que “o meio ambiente é uma ameaça ao desenvolvimento”.
Dilma ganhou o pódio definitivamente.
Daqui para a frente, ela pode perder todas as outras eleições a que se candidatar. Já tem um vitória. É a mala do ano, primeira e única. Pesada e sem rodinha.
A vitória por maioria absoluta de Dilma só foi ameaçada pela força que Caetano Veloso tem nessa área. Ninguém aguenta mais ouvir Caetano tendo opinião formada sobre tudo. E, nas poucas vezes neste 2009 em que o leitor pensou que passaria uma semana inteira sem ouvir falar em Caetano Veloso, o cantor dava um jeito de levar um tombo no palco, e começava tudo outra vez.
O número de votos no baiano, por sinal, foi uma síntese da predileção do eleitorado pelo voto na baianada da música brasileira. Caetano tornou-se vicecampeão, mas ele representa Claudia Leytteh (sei que ela não é baiana de nascimento, mas é baiana na alma), Ivete Sangalo, Carlinhos Brown... É o voto-axé. É a mala regional.
O terceiro posto ficou com um personagem que ainda não tinha aparecido em nossa lista anual. Ele é empresário, ele é rico, ele cuida da cidade, ele é mala: Eike Batista, o homem dadivoso que Madonna ainda não tinha encontrado em lugar algum do mundo. Vamos combinar que, desde os tempos em que tinha o nome na coleira da Luma, Eike merecia estar no Top Ten. Mas escapou. No entanto, a superexposição — como todo mundo sabe, superexposição é credencial VIP para entrar na lista dos dez mais — dos últimos tempos não permite que ele fique de fora. Eike conquistou um honroso terceiro lugar. É mala de rico. É uma Louis Vuitton legítima.
No quarto lugar apareceu uma mala que tinha tudo para ser a mais votada do ano, mas dividiu a preferência do eleitorado com o campeão.
É o ministro Edison Lobão, aquele que, quando soube do apagão, achou que nem era com ele, que não tinha nada a ver com aquilo.
Como já vimos, o apagão influenciou muito os votos deste ano. Mas, falando sério, é uma mala sem charme. Lobão é uma mala apagada.
Logo depois do ministro do apagão aparece uma mala pequenininha, do tamanho de uma minissaia: Geyse Arruda. A aluna da Uniban que criou, em pleno século XXI, um caso com cara de anos 50. Num primeiro momento, Geyse até teve a simpatia do eleitorado. Mas não resistiu ao primeiro flash. Aproveitou os 15 minutos de fama para ir ao programa de Luciana Gimenez, para dizer que tinha recebido convites da “Playboy”, para virar notícia em sites de fofoca, para passar por transformação em programas vespertinos da TV... Geyse é mala.
Injustiçada, mas mala. Perseguida, mas mala. Vítima de preconceito, mas mala.
Devido ao tamanho de sua minissaia, virou a pochette do ano.
O sexto e o sétimo lugares devem ser anunciados juntos. Por que um ficou na frente do outro? Por que um é mais mala do que o outro? Tenho minha teoria. Eduardo Paes, o prefeito, ficou com a sexta posição; Sergio Cabral, o governador, com a sétima. Paes, a bem da verdade, começou a eleição com poucos votos. Mas aí implicou até com o coco na praia e, na reta final, posou para quela foto em que simulava pegar uma onda sobre sua mesa de escritório. Foi fatal. Eduardo Paes é mala esportiva. E, na modesta opinião do presidente do Trema — o Tribunal Regional da Mala Eleitoral —, só ficou na frente do governador porque o eleitorado acreditou que, cravando seu voto em Sergio Cabral, corria o risco de ele não aparecer para receber o prêmio. Certamente estaria fora do país. Sergio Cabral é uma mala perdida na esteira do aeroporto.
O espaço está acabando e ainda faltam três malas a serem abertas. São malas cheias, por isso estão ocupando tanto espaço. O oitavo lugar ficou com Jesus Luz, a mala acoplada. O modelo e DJ não falou muito, mas só sua performance de papagaio de pirata (papagaio mudo, que fique claro) já foi o bastante para ele aparecer entre os mais votados.
Em penúltimo lugar, encontramos uma mala da televisão. Neste 2009 não tivemos atrizes de novela ou participantes de reality shows.
Todos os votos sobraram, então, para Luciano Huck. O principal argumento do eleitorado foi o excesso de anúncios em que ele aparece como garoto-propaganda. É justo. Uma mala comercial.
E, por último, ela, a musa da irritação, a protagonista de “Irritando Fernanda Young” que, na verdade, deveria ser chamado de “Fernanda Young irritando”. Aquela que posa para a “Playboy” e ainda faz tese a respeito. É a mala que não foi depilada.
A todas as malas que se sentiram injustiçadas por não estar nesta lista, fica um conselho: não desista. Ano que vem tem mais.
O terceiro posto ficou com um personagem que ainda não tinha aparecido em nossa lista anual. Ele é empresário, ele é rico, ele cuida da cidade, ele é mala: Eike Batista, o homem dadivoso que Madonna ainda não tinha encontrado em lugar algum do mundo. Vamos combinar que, desde os tempos em que tinha o nome na coleira da Luma, Eike merecia estar no Top Ten. Mas escapou. No entanto, a superexposição — como todo mundo sabe, superexposição é credencial VIP para entrar na lista dos dez mais — dos últimos tempos não permite que ele fique de fora. Eike conquistou um honroso terceiro lugar. É mala de rico. É uma Louis Vuitton legítima.
No quarto lugar apareceu uma mala que tinha tudo para ser a mais votada do ano, mas dividiu a preferência do eleitorado com o campeão.
É o ministro Edison Lobão, aquele que, quando soube do apagão, achou que nem era com ele, que não tinha nada a ver com aquilo.
Como já vimos, o apagão influenciou muito os votos deste ano. Mas, falando sério, é uma mala sem charme. Lobão é uma mala apagada.
Logo depois do ministro do apagão aparece uma mala pequenininha, do tamanho de uma minissaia: Geyse Arruda. A aluna da Uniban que criou, em pleno século XXI, um caso com cara de anos 50. Num primeiro momento, Geyse até teve a simpatia do eleitorado. Mas não resistiu ao primeiro flash. Aproveitou os 15 minutos de fama para ir ao programa de Luciana Gimenez, para dizer que tinha recebido convites da “Playboy”, para virar notícia em sites de fofoca, para passar por transformação em programas vespertinos da TV... Geyse é mala.
Injustiçada, mas mala. Perseguida, mas mala. Vítima de preconceito, mas mala.
Devido ao tamanho de sua minissaia, virou a pochette do ano.
O sexto e o sétimo lugares devem ser anunciados juntos. Por que um ficou na frente do outro? Por que um é mais mala do que o outro? Tenho minha teoria. Eduardo Paes, o prefeito, ficou com a sexta posição; Sergio Cabral, o governador, com a sétima. Paes, a bem da verdade, começou a eleição com poucos votos. Mas aí implicou até com o coco na praia e, na reta final, posou para quela foto em que simulava pegar uma onda sobre sua mesa de escritório. Foi fatal. Eduardo Paes é mala esportiva. E, na modesta opinião do presidente do Trema — o Tribunal Regional da Mala Eleitoral —, só ficou na frente do governador porque o eleitorado acreditou que, cravando seu voto em Sergio Cabral, corria o risco de ele não aparecer para receber o prêmio. Certamente estaria fora do país. Sergio Cabral é uma mala perdida na esteira do aeroporto.
O espaço está acabando e ainda faltam três malas a serem abertas. São malas cheias, por isso estão ocupando tanto espaço. O oitavo lugar ficou com Jesus Luz, a mala acoplada. O modelo e DJ não falou muito, mas só sua performance de papagaio de pirata (papagaio mudo, que fique claro) já foi o bastante para ele aparecer entre os mais votados.
Em penúltimo lugar, encontramos uma mala da televisão. Neste 2009 não tivemos atrizes de novela ou participantes de reality shows.
Todos os votos sobraram, então, para Luciano Huck. O principal argumento do eleitorado foi o excesso de anúncios em que ele aparece como garoto-propaganda. É justo. Uma mala comercial.
E, por último, ela, a musa da irritação, a protagonista de “Irritando Fernanda Young” que, na verdade, deveria ser chamado de “Fernanda Young irritando”. Aquela que posa para a “Playboy” e ainda faz tese a respeito. É a mala que não foi depilada.
A todas as malas que se sentiram injustiçadas por não estar nesta lista, fica um conselho: não desista. Ano que vem tem mais.
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