Ex-senador Gilberto Miranda teria indicado advogados para o petista
BRASÍLIA e PORTO ALEGRE - Relatório da Polícia Federal sobre a Porto Seguro sugere que investigados na operação tentaram ajudar a defesa do ex-ministro José Dirceu e do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) no processo do mensalão.
A PF encaminhou à Procuradoria-Geral da República relatório com citações a autoridades com foro privilegiado. O documento diz que as autoridades não figuram como envolvidas no esquema.
Em 12 de novembro, Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, liga para Paulo Vieira, apontado pelo PF como chefe do esquema de venda de pareceres, e afirma que "é o Gilberto Miranda que está ajudando ele [Dirceu]. Estão fazendo várias reuniões na casa dele".
Na mesma conversa Paulo afirma que Miranda é um bom articulador. Ao que Rose responde: "Parece que eles indicaram [...] uns advogados de nome para tentar auxiliar o advogado dele."
O advogado de Dirceu, José Luis Oliveira Lima, disse que Miranda não deu qualquer opinião a respeito da estratégia da defesa.
Em um evento petista em Porto Alegre, Dirceu disse sem citar a operação que há uma "tentativa clara de atingir" o ex-presidente Lula porque a eleição mostrou que o mensalão não teve efeito. Ele também fez um balanço do governo Dilma Rousseff e afirmou: "A possibilidade de nós governarmos o país mais oito ou 12 anos é real".
Voto
Em uma troca de e-mail interceptada na operação, um dos investigados pede a Vieira para contatar o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, para tentar evitar a condenação de Valdemar Costa Neto por formação de quadrilha.
O deputado acabou absolvido do crime com os votos de cinco ministros, incluindo Toffoli. A Folha não conseguiu falar com os citados ontem.
Fonte: Folha de S. Paulo
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