Campos predomina em programa, não cita nome de Dilma e afirma que qualquer um pode ser candidato à Presidência.
O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, aparece em 4 dos 10 minutos do programa partidário exibido ontem em rede nacional de TV. As falas do potencial candidato a presidente são intercaladas por retratos dos avanços econômicos e sociais contrapostos a problemas como falta de infraestrutura e de creches. Campos diz que cargo público não deve ser ocupado "por um incompetente que é nomeado somente porque tem um padrinho político forte".
A peça lembra a campanha das Diretas Já, em 1984, o locutor cita a luta "pelo direito básico de cada brasileiro escolher os seus presidentes, o direito de qualquer brasileiro se candidatar legitimamente a este cargo".
"Ninguém estava na praça por glória própria. Ninguém estava ali por um partido", diz o locutor, enquanto são exibidas imagens de comícios das Diretas e de políticos como Leonel Brizola, Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Miguel Arraes, avô de Campos. Todos são chamados pelo primeiro nome. O último da lista, chamado de Luiz, é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Campos então entra em cena pela primeira vez. Ele cita a retirada de "20 milhões de brasileiros da miséria absoluta" e as eleições de "um intelectual, um operário -um filho do povo- e a primeira mulher presidente da República", sem citar os nomes de FHC, Lula ou Dilma Rousseff.
"Avançamos, mas deixamos de fazer mudanças fundamentais", diz Campos. Para o pessebista, o Brasil tem "um Estado antigo que ainda traz as marcas do atraso e do elitismo". "Ou avançamos agora ou corremos o risco de regredir nas conquistas do nosso povo", afirma. "O Brasil precisa dar um passo adiante, e nós do PSB vamos dar esse passo junto com o Brasil."
Além de Campos, falam na peça os líderes do PSB no Senado, Rodrigo Rollenberg (DF), e na Câmara, Beto Albuquerque (RS), defensores da candidatura própria. Os governadores da sigla aparecem apenas em fotos.
Na quarta e última aparição, Campos afirma que "quem governa em que saber decidir, mas não pode ser nunca o dono da verdade" e que "é preciso contrariar os interesses da velha política, que estão instalados na máquina pública".
"Cargo público tem que ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espírito de liderança. E não por um incompetente que é nomeado somente porque tem um padrinho político forte", diz Campos. "São discussões que temos que fazer, sem transformar tudo num debate eleitoral. Não é hora de montar palanques, é hora de montar canteiro de obras."
Fonte: O Estado de S. Paulo
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