As alianças heterogêneas que estão sendo costuradas Brasil afora pelo governador Eduardo Campos (PSB) para fortalecer seu projeto presidencial estão longe de se configurar uma novidade na política. E, apesar dos questionamentos que suscitam, tais composições, por mais ecléticas e contraditórias que pareçam, têm a história a seu "favor".
Os exemplos mostram que a repercussão negativa desse tipo de aliança termina sendo "momentânea" e pouco afeta o resultado eleitoral, de acordo com o cientista político, Túlio Velho Barreto. "Dentro da nossa cultura política, o ônus dessas composições é passageiro. O desgaste é momentâneo e termina não afetando a questão eleitoral", argumenta.
A foto do ex-presidente Lula ao lado do seu pupilo, Fernando Haddad (PT) apertando a mão de Paulo Maluf (PP) - não só um adversário histórico do PT como alvo de várias denúncias de corrupção - estampou as capas dos jornais e circulou nas redes sociais. O fato ainda motivou a desistência da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) de ocupar a vice de Haddad que, ao aliar-se com PP, ganhou tempo de televisão e conseguiu se eleger.
O próprio Lula precisou recorrer a alianças fora de seu padrão "ideológico" para se tornar presidente em sua quarta tentativa. Por oito anos, teve como vice, José de Alencar, empresário mineiro sem nenhuma afinidade política com o PT até então. Em Pernambuco, Miguel Arraes chegou a aliar-se a Cid Sampaio, da antiga UDN, e de Paulo Guerra, do PSD, ambos partidos rivais da chamada esquerda da época.
No PMDB, Jarbas Vasconcelos recorreu ao então PFL, liderado por José Mendonça, para construir o palanque da "União por Pernambuco" que o elegeu governador por duas vezes. Depois de eleito, o próprio Eduardo atraiu antigos pefelistas para o partido, a exemplo de Joaquim Francisco e pode ganhar o apoio do DEM pernambucano para a próxima eleição.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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