Beatriz Bulla
Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, (PSB), reiterou ontem as críticas à condução da economia pelo governo e afirmou que o País está "em uma encruzilhada" para a próxima década. Em entrevista ao Programa do Jô da Rede Globo, Campos disse que a situação não está nem para ufanismo, nem para "achar que está tudo uma desgraça". "Nós estamos numa encruzilhada", avisou. "Ou vamos fazer a lição de casa, ou vamos assistir a muitos descerem as escadas que subiram e descer de forma muito brusca, cheio de dívidas a pagar", acrescentou o governador, que falou no perigo de "derreter" os empregos caso não haja avanços.
"Já estamos tendo problema na inflação. Isso tudo tem que ser cuidado, não temos tempo a perder." Campos voltou a mencionar o êxito do ciclo da democratização, comandado pelo PMDB, seguido da estabilidade econômica, que creditou ao PSDB, e dos avanços com a inclusão social liderados pelo PT.
"Agora há um esgotamento desse ciclo. É necessário um novo ciclo onde a questão ética está no centro", prosseguiu, ao ser questionado sobre o escândalo do mensalão.
"As pessoas estão cada vez mais ligadas e sabem o quanto está duro se manter com as conquistas que tivemos nos últimos anos." Mas é preciso criar um plano para a próxima década, avisou, ao lembrar que o País vive uma crise de credibilidade. "Não se faz essas mudanças se deixarmos esse velho arranjo que tomou conta de Brasília", criticou. E defendeu ainda a melhora da logística como instrumento para arrefecer a inflação de alimentos.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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