Pré-candidato do PSB é governador do estado há quase sete anos
Gustavo Uribe
Depois de quase sete anos no cargo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência, decidiu anunciar que pretende reduzir o número de secretarias no governo de Pernambuco. Em entrevista ao “Programa do Jô”, da TV Globo, gravado ontem, ele reconheceu que há como cortar pastas em sua administração e afirmou que a redução será feita nos próximos dias. Campos, contudo, disse que a iniciativa ainda está sendo discutida e que os postos ainda não foram definidos.
O presidente nacional do PSB afirmou, no entanto, que a participação de cargos comissionados na folha de pagamento do estado foi reduzida quase pela metade nos últimos anos. — Eu acho que é muito. Nós vamos, inclusive, nos próximos dias, reduzir. Fizemos isso sem aumentar o número de cargos comissionados. Nós fizemos porque a máquina estadual é muito mais precária que a da União. É necessário, muitas vezes, empoderar determinadas áreas para que a política tenha eficácia — afirmou.
Hoje, o governo de Pernambuco tem 27 secretarias. Perguntado sobre o motivo de o corte não ter ocorrido antes, Campos explicou que era necessário “estruturar o governo’ Campos considera que já se esgotou o modelo de levar o país “na barriga” e avaliou que há um risco de se perderem as recentes conquistas alcançadas no Brasil.
Para ele, a melhor política social que pode ser feita hoje é não permitir que o país tenha um “crescimento medíocre”: — o que me preocupa e preocupa a Marina Silva é que nós podemos perder o que conquistamos. Para isso, é necessário sair da luta do poder pelo poder e dos arranjos circunstanciais.
Na avaliação dele, o país enfrenta atualmente problemas com a inflação. — Nós estamos numa encruzilhada. Ou a gente vai fazer o dever de casa, pensar a próxima década e cuidar do que construímos nos últimos anos, ou a gente vai assistir a muitos que foram incluídos descerem as poucas escadas que subiram. E vão descer de forma muito brusca, vão para uma situação pior do que antes.
O dirigente do PSB defendeu, ainda, o fim de cargos vitalícios para ministros do Judiciário. Ele também disse ser favorável a mudanças dos artigos do Código Penal que tratam de corrupção.
— Precisa discutir se é o caso, no século XXI, de termos ministros vitalícios. Nós podemos ter mandatos — disse Campos, que acrescentou: — Não pode ter um Código Penal, quando envolve corrupção, com os mesmos trâmites do que quando é uma questão que não envolve dinheiro público. Eu acho que poderia ser um processo muito mais acelerado, sem essas indas e vindas.
Fonte: O Globo
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