Socialista diz que dinheiro do povo não tem partido
Mais recatado nos últimos dias, o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) voltou a atacar o PT e a presidente Dilma Rousseff. E dessa vez foi ainda mais ácido. A briga pela paternidade de obras em Pernambuco gerou a reação do socialista. Campos destacou que o dinheiro público investido nas esferas municipal e estadual não podem ser tachadas como investimentos de partidos específicos - leia-se PT. "É importante tirar essa visão patrimonialista do governo (federal), de que o dinheiro que vem para Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, ou seja, pra onde vier, pertence a um partido político. O dinheiro é do cidadão, que paga tributo e não tem como o governo federal investir na lua, porque a lua não é território brasileiro", ironizou.
O presidenciável saiu em defesa da sua gestão, alegando que os recursos destinados pelo governo federal a Pernambuco só foram viabilizados graças aos projetos. Chegou a citar as gestões dos ex-prefeitos petistas João Paulo e João da Costa na Prefeitura do Recife. "O PT governou a cidade do Recife por 12 anos, dos quais dez anos tiveram a participação de Lula e Dilma. Você pega o que eles fizeram na cidade e o que nós fizemos (em Pernambuco) e a pergunta está respondida", provocou. "Não basta ser aliado, tem que saber fazer, não pode botar um monte de incompetente porque é do partido A, B ou C", completou.
Eduardo também criticou os índices econômicos do governo Dilma e sugeriu que a petista não sabe governar o País. "A gente tem que conhecer o que governa. Tem muita gente governando no Brasil que não conhece nem o Nordeste, só conhece governando nas casas dos políticos e nos palanques", comentou. "Tem muita gente mofada, precisando ir pra casa em Brasília", emendou. As declarações foram dadas a uma rádio da Paraíba. O governador esteve em João Pessoa na manhã de ontem, onde recebeu o título de Cidadão Pessoense. Na ocasião, disse que sua aliança com a ex-ministra Marina Silva (Rede) assustou os adversários. "Eles verão eu e Marina ganharmos o ano de 2014 juntos", disse.
Sem amenizar no ataque, Campos disse que é preciso dar novos rumos ao País, pois "do jeito que está, o Brasil piora". Questionado se seria o PSDB quem poderia piorar a política brasileira, Campos respondeu: "Quem pode continuar pra pior é quem está em Brasília".
Os ex-prefeitos João Paulo e João da Costa foram procurados para comentar as declarações do governador, mas alegaram que só vão se pronunciar depois que tiverem acesso à entrevista de Campos. João Paulo, inicialmente, disse que os posicionamentos causam estranheza, já que Campos o apoiou no segundo turno da eleição de 2000, além da sua reeleição e do pleito que elegeu seu sucesso como prefeito.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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