Gabriela López
Com o lançamento na terça-feira (4) do documento com as diretrizes do programa de governo que será defendido pela aliança PSB-Rede na eleição presidencial, os dois grupos iniciaram uma nova etapa da união: focar nas conversas em torno da formação dos palanques estaduais. Embora as lideranças sustentem que ainda não há discussão sobre os cenários regionais, algumas articulações vieram a público e já anunciaram, quatro meses após a união Eduardo Campos-Marina Silva, impasses em ao menos seis Estados.
Até o dia 10 de março, as direções estaduais devem apresentar um relatório eleitoral, apontando as possibilidades de alianças ou lançamento de candidatos para, então, a partir do dia 25, a cúpula começar a fechar os palanques. Os pontos de divergência aparentemente mais fortes estão exatamente nos dois principais colégios eleitorais do País: São Paulo e Minas Gerais. Também constam na lista Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná e Maranhão
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Em São Paulo, Minas e Paraná, o problema chama-se "PSDB". Nos três Estados, o PSB integra as atuais gestões tucanas e negocia apoio às reeleições dos atuais governadores, mas esbarram na resistência de Marina, que quer lançar candidato próprio e não apoiar o PSDB.
Em São Paulo, o PSB articulava a indicação do nome que ocuparia a vice na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à reeleição.
Já em Minas, os ânimos esquentaram. A cúpula regional da Rede divulgou uma nota pregando a necessidade de "romper a hegemonia do PSDB" após o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), ter dito que seu partido não lançará um candidato ao governo contra o PSDB, que colocará na disputa o ex-ministro Pimenta da Veiga. Um dia depois a coordenação nacional da Rede desautorizou o texto.
Desde a oficialização da coligação com Marina, em outubro de 2013, Eduardo interrompeu algumas costuras para não entrar em colisão com a neoaliada. Em Goiás, por exemplo, se afastou do ruralista e líder do DEM na Câmara Federal, Ronaldo Caiado, com quem acertava apoio ao seu projeto no Estado e no Brasil.
O líder do PSB na Câmara e vice-presidente da sigla, Beto Albuquerque (RS), nega vetos de Marina a alianças. "Há debate que vamos fazer até a exaustão", diz. Segundo ele, em 20 Estados há consenso entre Rede e PSB. Um deles é a Bahia, onde foi acertada a candidatura da senadora Lídice da Mata ao governo, com a ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon disputando o Senado.
O coordenador nacional de Organização da Rede, Pedro Ivo, também diz que não há vetos de Marina a alianças, embora reconheça impasses. "A complexidade dos Estados é maior que a nossa vontade", avalia. No caso de São Paulo, ele cita que há nomes dentro do próprio PSB que resiste a apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin, como a deputada Luiza Erundina.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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