Evento em São José dos Campos, SP, treina militantes do partido para ações nas redes sociais durante a campanha eleitoral
Silvia Amorim - O Globo
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) - O uso da internet para o embate eleitoral e a regulação dos meios de comunicação foram os temas que marcaram o primeiro dia de debates do Camping Digital, evento organizado pelo PT em São José dos Campos, no interior paulista, para treinar militantes para ações nas redes sociais. Sem a presença de lideranças do partido, o movimento foi pequeno nesta sexta-feira nas dez tendas montadas em um clube de campo.
Em uma delas, que tratou de "inovações nas redes e páginas de esquerda", palestrantes ensinaram a jovens técnicas para ter um blog de conteúdo político e como conseguir audiência.
- A gente tem que ser criativo e dar porrada nos caras - disse uma das palestrantes, Leila Farkas, autora de blogs como Fora Alckmin Fora tucanos e Eu quero Padilhar para melhorar São Paulo.
Ela mostrou fotos usadas na internet e que tiveram repercussão nas redes sociais contra os adversários como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), do senador Aécio Neves (PSDB) e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os temas usados para incomodar a oposição foram a ameaça de racionamento de água em São Paulo, a lotação do metrô paulista e as denúncias contra a Petrobrás. Em uma das fotos utilizadas, Alckmin aparece fazendo o gesto que notabilizou um dos personagens do humorista Chico Anísio, o professor Raimundo - ‘e o salário oh’ - e acima da foto a pergunta: quanta água ainda temos no Sistema Cantareira?
Foram recorrentes as críticas aos veículos de comunicação. Uma das leituras recomendadas aos militantes nesse primeiro dia foi a do blog "Curso Básico de Jornalismo Manipulativo".
A regulação da mídia foi tema de dois painéis desta tarde - Lei de Meios, o que muda? e Por que democratizar?. Mas o assunto foi tema de discussão em diversos outros debates. De forma unânime, os palestrantes - blogueiros, representantes de movimentos sociais e acadêmicos - defenderam a aprovação de uma lei para regular os meios de comunicação. Mas, nessa questão, o próprio governo Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula foram alvo de duras críticas por não terem liderado um movimento a favor da proposta.
- Essa mobilização depende de mobilizações e vontade política. No momento em que o governo tiver disposição de fato para capitanear essa causa, a coisa vai - afirmou Jonas Valente, um dos palestrantes e militante do movimento Observatório do Direito à Comunicação.
- Meia dúzia de figuras comandam de forma obscura e sem direito à crítica a comunicação no nosso país. A lei é uma necessidade de se criar um passo civilizatório - afirmou o jornalista Leandro Fortes, um dos palestrantes do painel Lei de Meios, o que muda?.
Os debates continuam neste sábado e o movimento promete ser maior com a realização de um ato político no início da noite com a presença de lideranças do PT.
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