Aguirre Talento, Eduardo Cucolo e Renata Agostini – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Em discurso na sabatina da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (6) que "a maioria das propostas [da entidade] faz parte das políticas que estamos implantando" e apresentou realizações do governo na área do agronegócio.
Dilma fez acenos ao setor ao defender a revisão nas normas de demarcação de terras indígenas –atualmente em curso no Ministério da Justiça– que deve incluir outros órgãos no processo, não apenas a Funai (Fundação Nacional do Índio).
"Nós já demarcamos 17% do território do Brasil, agora as áreas são todas de conflito, vão precisar ter um tratamento adequado. Esses temas institucionais, junto ao meio ambiente, são cruciais, não é para o avanço só do agronegócio, mas para a estabilidade institucional do país", afirmou a presidente.
Ela citou, como realizações do governo na área, o crescimento do crédito rural, a aprovação do novo Código Florestal, a expansão do seguro agrícola e os investimentos na assistência técnica rural, ressaltando a criação da Anater (Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural).
Sobre a reforma agrária, ao ser questionada na entrevista coletiva, Dilma disse ter feito a "maior reforma agrária do país", contabilizando também o período do presidente Lula. A gestão da presidente, porém, é criticada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) como um dos piores nessa área, com baixo número de desapropriações de terras para destinar a assentamentos.
Dilma também prometeu aprimorar a logística de transporte no país e priorizar investimentos em hidrovias. "Para nós é crucial ampliar a infraestrutura pluvial, para reduzir custos e o uso das hidrovias como o principal caminho de transporte da nossa safra para a exportação", disse.
A presidente reconheceu que os investimentos na defesa agropecuária ficaram "aquém da necessidade do país" e disse assumir o compromisso de melhorias na área. Ao finalizar sua fala, a presidente defendeu o fortalecimento da "classe média rural", considerada por ela "um ponto de apoio para um país mais estável e próspero".
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