Pedro Soares – Folha de S. Paulo
RIO - As fábricas de 11 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE produziram menos de maio para junho, mostrando uma perda de ritmo generalizada.
As perdas mais acentuadas ficaram com Amazonas (-9,3%), Paraná (-7,5%), Pernambuco (-7,4%) e Ceará (-5,4%), informou o órgão nesta quarta-feira (6).
Amazonas registrou perda acumulada de 19,2% em quatro meses seguidos, em razão da menor fabricação de motos, equipamentos eletrônicos e celulares.
A Kasinski, por exemplo, fechou uma unidade em Manaus (AM) e demitiu 500 trabalhadores devido à queda nas vendas de motocicletas.
A alternativa, diz o presidente da montadora, Cláudio Rosa Júnior, foi erguer uma nova fábrica, que deve ficar pronta até o final deste ano, com menos de metade da capacidade da original --110 mil unidades por ano.
As quedas de Região Nordeste (-4,4%), Santa Catarina (-4,0%), Rio Grande do Sul (-2,3%), Pará (-2,0%) e Minas Gerais (-1,7%) também apontaram taxas negativas mais intensas do que a média.
De maio para junho, a produção da indústria brasileira caiu 1,4% diante do forte recuo da produção de veículos, que contagia outros ramos diante da extensa cadeia de fornecedores.
Ambos polos da indústria automotiva, Bahia (-1,1%) e São Paulo (-1%) também apresentaram perdas.
Com demanda em queda e estoques em alta, algumas das principais montadoras de automóveis do país também preparam novas rodadas de afastamento de funcionários.
Num cenário de crédito apertado (especialmente para veículos), juros maiores e empresários e consumidores receosos, a indústria tem acumulado quedas de produção neste ano e há perspectivas de que feche o ano com resultado negativo em relação ao do ano anterior.
De maio para junho, porém, as altas de Rio de Janeiro (5,4%) e Espírito Santo (3,5%) interromperam a tendência de meses anteriores.
Goiás teve crescimento de 0,4% e completou o conjunto de locais que mostraram taxas positivas em junho.
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