- Folha de S. Paulo
Dilma Santana virou o jogo e já mira o segundo turno. De súbito, lançou cinco propostas para acabar com a praga da corrupção. Uma vacina contra o petropesadelo que pode atormentá-la na reta final da eleição presidencial.
De olho no teor explosivo das delações premiadas que vão expor as maracutaias na Petrobras no período petista, o mago João Santana fez a máquina federal produzir antídotos para neutralizar a bomba que pode estragar a festa do PT.
A encomenda foi revelada no último programa de TV da petista. Nele, a candidata Dilma anuncia cinco projetos que, segundo ela, vão combater sem tréguas corruptos e corruptores e se transformarão num golpe fortíssimo na impunidade.
A iniciativa, em tempos normais, seria digna só de elogios. Afinal, a corrupção é um mal antigo, que todos governantes prometeram combater, mas não deram conta do recado. Alguns nem poderiam, porque dela fizeram uso em causa própria.
A pergunta que fica no ar é por que só agora. Por que o governo Dilma Rousseff foi acometido desta febre produtiva na geração de projetos contra a corrupção apenas na reta final do mandato da petista? Não dava para enviá-los antes?
Sim, era possível, mas faltava, diríamos, um motivador. Surgiu agora com as revelações sobre os malfeitos na maior empresa brasileira. Então, a ordem é mostrar uma presidente defensora da ética e que não tolera qualquer tipo de corrupção.
Uma propaganda, ao contrário de tantas outras divulgadas no programa petista, que tem base na realidade --até os adversários de Dilma reconhecem que ela não é de meter a mão no dinheiro público. Mas, lançada agora, soa oportunista.
Revela o receio de os escândalos da Petrobras provocarem um reviravolta no segundo turno da eleição. Curioso, mas justo, foi ouvir a presidente dizer que tudo será feito assegurando o mais amplo direito de defesa a todos. Os aliados agradecem.
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