• Ex-diretor da Petrobrás diz que existia no âmbito das grandes obras da Petrobrás "um acordo prévio" entre as empreiteiras
Ricardo Brand, Mateus Coutinho e Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo
O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou à Justiça que os desvios de recursos na estatal ocorreram em um processo de “cartelização das grandes empresas do Brasil” desde 2006. Ele disse que existia no âmbito das grandes obras da Petrobrás “um acordo prévio” entre as empreiteiras.
“Na área de petróleo e gás, essas empresas, normalmente entre os custos indiretos e o seu lucro, o chamado BDI, elas colocam algo entre 10% a 20% dependendo da obra, dos riscos. O que acontecia especificamente nas obras da Petrobrás, o BDI era 15%, por exemplo, então se colocava 3% a mais alocado para agentes políticos”, disse.
Segundo ele, o dinheiro da propina “passava direto das empresas para os agentes políticos”. Questionado sobre quais empresas participavam do esquema, Costa citou sete gigantes da construção, pela ordem: “Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Iesa, Engevix, Mendes Júnior.”
‘Acordo prévio’. Costa também afirmou que existe uma cartelização entre as grandes empresas do País para fazer obras, não só na Petrobrás, mas também de “ferrovias, portos e aeroportos”. “O Brasil fica restrito a essas poucas empresas”, afirmou.
“Quando começou essa atividade (da refinaria de Abreu e Lima), ficou claro para mim a existência desse ‘acordo prévio’ entre as companhias em relação às obras. Ou seja, existia claramente, isso me foi dito por algumas empresas e presidentes de suas companhias de forma muito clara, que havia uma escolha de obras dentro da Petrobrás e fora da Petrobrás”, disse.
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