• Aécio faz campanha nas redes sociais para evitar mudança na meta fiscal
Cristiane Jungblut e Maria Lima – O Globo
BRASÍLIA - O PT usou a sessão do Congresso de anteontem para deixar clara sua insatisfação com a condução política da presidente Dilma Rousseff. A sessão tentava votar alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que libera o governo de fazer superávit primário - a economia para pagamento da dívida. Caso não haja mudança na LDO, a presidente descumprirá a Lei de Responsabilidade Fiscal e poderá sofrer sanções. A ideia, segundo um dos petistas, é continuar defendendo a presidente e seu governo, até porque o PT é o partido dela, mas não de forma tão "subserviente" quanto nos últimos anos.
- A forma mais eficaz de proteger a presidente Dilma é protegê-la politicamente de supostos aliados e até dela mesma - resumiu um parlamentar petista.
Do PT, compareceram 69 parlamentares, sendo 57 deputados (de uma bancada de 87) e 12 dos 13 senadores. O líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), marcou presença na sessão, mas não foi visto no ápice da confusão. Petistas com influência dentro da bancada dizem que há problemas nas negociações políticas e na forma como Dilma vem encaminhando propostas ao Congresso, como a própria mudança na meta fiscal de 2014.
A insatisfação entre os aliados não diminuiu nem mesmo com a liberação de alguns recursos represados de emendas. Este ano, pela primeira vez, o governo é obrigado a pagar as emendas parlamentares - em geral, pequenas obras para municípios onde os deputados e senadores são bem votados. Segundo petistas, Dilma teria feito uma liberação de cerca de R$ 700 milhões nos últimos dias, mas nem assim houve mobilização no Congresso.
Além dos problemas com a reforma ministerial, o horário das sessões está sendo considerado um erro. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou novamente para o meio-dia a sessão da próxima terça-feira, quando se tentará mais uma vez votar as mudanças da LDO. Deputados acreditam que dificilmente haverá quorum. A CPI Mista da Petrobras marcou para 14h30 a acareação dos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, que deverá tomar as atenções de boa parte dos partidos.
"Brasil não é republiqueta"
Do lado da oposição, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) iniciou uma campanha de mobilização nas redes sociais pedindo que os eleitores façam pressão junto aos parlamentares para evitar a aprovação da mudança da meta fiscal. Em um vídeo distribuído para grupos de WhatsApp, Aécio pediu que a sociedade "continue acordada" para impedir a mudança da lei e provar que o Brasil não é uma "republiqueta".
"Ela não cumpriu a meta fiscal aprovada pelo Congresso. E o governante que descumpre essa meta, incorre em crime de responsabilidade, com gravíssimas consequências. O governo quer dizer o seguinte: "quando a gente não cumpre a lei, a gente pega essa lei e muda". Mas quero dizer a vocês que a oposição está aqui vigilante, conseguimos hoje uma grande vitória, conseguimos obstruir a sessão. Na próxima terça feira o governo vai tentar de novo, com seu rolo compressor", afirmou o senador tucano.
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