• Ex-ministro da Comunicação é investigado por sua atuação como tesoureiro de Dilma
André de Souza - O Globo
-BRASÍLIA- A defesa do ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva pediu ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o inquérito aberto contra ele na Operação Lava-Jato não seja enviado à 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele apresentou um recurso contra decisão tomada por Teori semana passada. O inquérito apura se Edinho agiu irregularmente em 2014 ao pedir doações à campanha à reeleição da presidente afastada, Dilma Roussef, da qual era tesoureiro.
Edinho quer que Teori leve o recurso para julgamento na Segunda Turma do STF — da qual o ministro faz parte — e suspenda a validade de sua decisão até que isso ocorra. O ex-ministro alega que o seu caso não tem ligação com os desvios da Petrobras e, por isso, não deve ser enviada à Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações.
No recurso, Edinho criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por pedir que o caso do ex-ministro seja enviado a Moro. Segundo ele, as acusações são levianas e vazias. A investigação estava no STF, uma vez que Edinho ocupava o cargo de ministro. Em maio, com o afastamento de Dilma, ele foi exonerado do cargo e perdeu o foro privilegiado.
No recurso, críticas a Janot
“Em verdade, o pedido de pagamento para auxílio financeiro ao Partido dos Trabalhadores, notadamente para o custeio oficial e não oficial (caixa 2) das campanhas eleitorais, muitas vezes mediante ameaças de cessação das facilidades proporcionadas ao Núcleo Econômico pelos Núcleos Político e Administrativo da organização criminosa, revelam-se como medida habitual, institucionalizada e centralizada, em parte, na pessoa de Edson Antônio Edinho da Silva, consoante se depreende dos indícios apresentados acima. Tais facilidades proporcionadas ao Núcleo Econômico ocorriam inclusive em contratos com a Petrobras — embora não se limitassem a estes”, escreveu Janot no pedido aceito por Teori.
Edinho rebateu. Segundo ele, na tentativa de chegar a tal conclusão, “elenca-se uma série de fatos sem nexo causal e que, analisados com critério, passam muito longe de qualquer similitude com o suposto esquema de desvio de recurso da Petrobras”. Ele citou a delação do ex-presidente da empreiteira UTC Ricardo Pessoa, base do inquérito. Segundo Edinho, Pessoa disse em depoimento que as contribuições de campanha pedidas pelo tesoureiro eram só contribuições de campanha, não tendo nada a ver com propina.
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