Coluna do Estadão
Líderes importantes do Congresso avaliam que a divulgação de mensagensenvolvendo Sérgio Moro pode abalar um dos principais pilares de sustentação popular do governo Jair Bolsonaro (as manifestações de maio passado ovacionaram Moro). Esse apelo público dificulta uma eventual substituição do ministro da Justiça pelo Planalto. Ele deverá permanecer na Justiça, apostam. Porém, nessa leitura dos parlamentares, o Moro que chegou a Brasília emprestando prestígio a Bolsonaro deixará de existir. O ex-juiz da Lava Jato deverá ser refém do presidente.
Atrito. Na magistratura e no Ministério Público, reações divergentes e um consenso: o desgaste é certo. Há tensão com a classe política desde o início da Lava Jato. Além disso, o projeto de abuso de autoridade ganhou força no Congresso.
Normal. Magistrados ouvidos pela Coluna se dividiram entre temor com acusações de imparcialidade e defesa de Sérgio Moro. Segundo um desembargador, quando existe afinidade de princípios entre o juiz e o representante do Ministério Público, é natural a troca de informações.
Complicado. Mas um juiz federal provocou: “Imagina se fosse o contrário: juiz conversando com defesa?”.
Espeto de pau. Chamou a atenção entre os mais rodados a confiança de Moro e de Deltan Dallagnol no aplicativo de mensagens.
Xiii. O episódio envolvendo Moro respingará no pacote anticrime do ministro, avaliam parlamentares experientes. Quem queria postergar a análise conseguiu um álibi. Votação no plenário deve ficar só para o segundo semestre mesmo.
Vai falar?. Candidata à recondução na PGR, Raquel Dodge está sendo cobrada por procuradores a se manifestar sobre o episódio.
Apoio… O procurador regional Vladimir Aras, tido como candidato da Lava Jato na eleição da PGR, defendeu os colegas e disse que a captura das mensagens tem origem ilegal.
…aos colegas. “O indivíduo que capturou e forneceu os dados é um assaltante eletrônico. Fico a imaginar quem contratou um hacker para isso”, disse.
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