Moreira Mendes
Deputado Federal pelo PPS-RO
DEU NO JORNAL DO BRASIL
O Brasil parece eternamente condenado a ostentar o título de "país do futuro". A denominação é pomposa e capaz de fortalecer arroubos retóricos dos que buscam argumentos para justificar falhas jamais corrigidas, mas, na prática, de nada serve. Nosso país dispõe de todas as condições exigidas para se firmar como potência mundial, em função de seus recursos naturais, de privilegiada extensão de terras agricultáveis e de um povo sempre disposto a se engajar no trabalho e nas ações produtivas necessárias ao desenvolvimento. Produzindo energia limpa, não poluente, no privilégio de incomparável rede hídrica, temos também energia de biomassa, num planeta em que as demais nações são castigadas por desastres naturais e por insanáveis limites físicos de seu próprio espaço geográfico.
Mas por que nos falta tudo – ou quase tudo – se dispomos das ferramentas exigidas para o nosso crescimento? Por que as políticas públicas exercidas ao longo da fundação de nosso Estado têm sido dirigidas para o enriquecimento de exploradores estrangeiros e práticas de corrupção, em detrimento do nosso povo.
Recentemente, relatório divulgado pela Unesco apontou o Brasil na condição de detentor da segunda maior taxa de repetência escolar na América Latina. Segundo o estudo, 500 mil crianças brasileiras, em idade escolar, estão fora das escolas, excluídas, portanto, do processo educacional formal.
É uma situação de extrema gravidade, que exibe o descaso a que vimos sendo submetidos pelas nossas autoridades. A questão educacional no Brasil exige de nossos representantes uma urgente tomada de posição, que, aliás, não tem mais como ser adiada.
Diante do impacto causado pelo Relatório da Unesco, lembrei-me do excelente trabalho de pesquisa realizado pelo padre Laércio Dias de Moura, falando sobre os problemas educacionais brasileiros, publicado no livro intitulado A educação católica no Brasil. Ali é exposta, com toda clareza, desatenção cultivada pelos colonizadores portugueses no trato da questão educacional brasileira. Constata-se, naquele trabalho, que o atual drama se origina desde a chegada de Cabral, à época do descobrimento, e o Estado brasileiro é o maior responsável pelo rumo danoso que se tomou.
A história educacional brasileira é um relato de analfabetismo crônico onde o Estado tem se mostrado omisso e insensível. E é preciso que se tomem medidas de correção imediata das gritantes deficiências, em trabalho de conscientização de pais, alunos e responsáveis por essa grande nação. Num mundo em que a evolução tecnológica requer aprendizado sofisticado e dentro do mais alto nível de apuração, não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar mais de 500 mil crianças em idade escolar, desviando-as para caminhos alternativos de dor e desespero.
Este é um trabalho de resgate interminável, que irá contemplar as atuais e futuras gerações. Um trabalho paciente que exige dedicação, doação e seriedade, cujo objetivo é a defesa permanente de nossas instituições e de nossa soberania, soberania esta que depende, mais do que nunca, da valorização da educação.
Deputado Federal pelo PPS-RO
DEU NO JORNAL DO BRASIL
O Brasil parece eternamente condenado a ostentar o título de "país do futuro". A denominação é pomposa e capaz de fortalecer arroubos retóricos dos que buscam argumentos para justificar falhas jamais corrigidas, mas, na prática, de nada serve. Nosso país dispõe de todas as condições exigidas para se firmar como potência mundial, em função de seus recursos naturais, de privilegiada extensão de terras agricultáveis e de um povo sempre disposto a se engajar no trabalho e nas ações produtivas necessárias ao desenvolvimento. Produzindo energia limpa, não poluente, no privilégio de incomparável rede hídrica, temos também energia de biomassa, num planeta em que as demais nações são castigadas por desastres naturais e por insanáveis limites físicos de seu próprio espaço geográfico.
Mas por que nos falta tudo – ou quase tudo – se dispomos das ferramentas exigidas para o nosso crescimento? Por que as políticas públicas exercidas ao longo da fundação de nosso Estado têm sido dirigidas para o enriquecimento de exploradores estrangeiros e práticas de corrupção, em detrimento do nosso povo.
Recentemente, relatório divulgado pela Unesco apontou o Brasil na condição de detentor da segunda maior taxa de repetência escolar na América Latina. Segundo o estudo, 500 mil crianças brasileiras, em idade escolar, estão fora das escolas, excluídas, portanto, do processo educacional formal.
É uma situação de extrema gravidade, que exibe o descaso a que vimos sendo submetidos pelas nossas autoridades. A questão educacional no Brasil exige de nossos representantes uma urgente tomada de posição, que, aliás, não tem mais como ser adiada.
Diante do impacto causado pelo Relatório da Unesco, lembrei-me do excelente trabalho de pesquisa realizado pelo padre Laércio Dias de Moura, falando sobre os problemas educacionais brasileiros, publicado no livro intitulado A educação católica no Brasil. Ali é exposta, com toda clareza, desatenção cultivada pelos colonizadores portugueses no trato da questão educacional brasileira. Constata-se, naquele trabalho, que o atual drama se origina desde a chegada de Cabral, à época do descobrimento, e o Estado brasileiro é o maior responsável pelo rumo danoso que se tomou.
A história educacional brasileira é um relato de analfabetismo crônico onde o Estado tem se mostrado omisso e insensível. E é preciso que se tomem medidas de correção imediata das gritantes deficiências, em trabalho de conscientização de pais, alunos e responsáveis por essa grande nação. Num mundo em que a evolução tecnológica requer aprendizado sofisticado e dentro do mais alto nível de apuração, não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar mais de 500 mil crianças em idade escolar, desviando-as para caminhos alternativos de dor e desespero.
Este é um trabalho de resgate interminável, que irá contemplar as atuais e futuras gerações. Um trabalho paciente que exige dedicação, doação e seriedade, cujo objetivo é a defesa permanente de nossas instituições e de nossa soberania, soberania esta que depende, mais do que nunca, da valorização da educação.
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