Clóvis Rossi
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
PORT OF SPAIN - Na conversa telefônica com seu mais novo amigo de infância, Barack Hussein Obama, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma brincadeirinha que poderá se revelar profética: disse a Obama que, se ele quisesse, serviria de intermediário para que Obama e Raúl Castro se encontrassem em Ipanema.
É pouco provável que Ipanema seja de fato o local do encontro, mas é evidente que começou a contagem regressiva para o fim do embargo norte-americano a Cuba (que não é apenas anacrônico mas também desumano) e, por extensão, para a reintegração da ilha ao sistema inter-americano, do qual está suspensa há 50 anos.
Nem é mais preciso recorrer a informações de bastidores para chegar a essa conclusão: o diálogo indireto entre as partes se dá à luz do dia e no mais alto nível. Numa ponta, Raúl Castro se diz disposto a conversar com os Estados Unidos sobre todos os temas, inclusive os até agora tabus (direitos humanos, democracia etc.). Hillary Clinton devolve na mesma moeda. Acabarão fatalmente conversando, porque é do interesse das duas partes. Não há a menor razão para que dois países separados por apenas 150 quilômetros de mar não restabeleçam relações, até porque elas foram interrompidas por conta de um fenômeno, a Guerra Fria, esgotado há duas décadas.
Prova de que a normalização é questão de tempo é o fato de que as agências de turismo da Flórida, a digamos fronteira de Cuba, já atualizaram uma campanha publicitária para vender a ideia de viagens à ilha hoje proibida.
Homens de negócio podem ser tudo o que você quiser, mas que têm faro para ganhar dinheiro não dá para negar.
Por isso tudo, a 5ª Cúpula das Américas será possivelmente a última em que a ausente (Cuba) tem forte presença, uma tremenda anomalia.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
PORT OF SPAIN - Na conversa telefônica com seu mais novo amigo de infância, Barack Hussein Obama, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma brincadeirinha que poderá se revelar profética: disse a Obama que, se ele quisesse, serviria de intermediário para que Obama e Raúl Castro se encontrassem em Ipanema.
É pouco provável que Ipanema seja de fato o local do encontro, mas é evidente que começou a contagem regressiva para o fim do embargo norte-americano a Cuba (que não é apenas anacrônico mas também desumano) e, por extensão, para a reintegração da ilha ao sistema inter-americano, do qual está suspensa há 50 anos.
Nem é mais preciso recorrer a informações de bastidores para chegar a essa conclusão: o diálogo indireto entre as partes se dá à luz do dia e no mais alto nível. Numa ponta, Raúl Castro se diz disposto a conversar com os Estados Unidos sobre todos os temas, inclusive os até agora tabus (direitos humanos, democracia etc.). Hillary Clinton devolve na mesma moeda. Acabarão fatalmente conversando, porque é do interesse das duas partes. Não há a menor razão para que dois países separados por apenas 150 quilômetros de mar não restabeleçam relações, até porque elas foram interrompidas por conta de um fenômeno, a Guerra Fria, esgotado há duas décadas.
Prova de que a normalização é questão de tempo é o fato de que as agências de turismo da Flórida, a digamos fronteira de Cuba, já atualizaram uma campanha publicitária para vender a ideia de viagens à ilha hoje proibida.
Homens de negócio podem ser tudo o que você quiser, mas que têm faro para ganhar dinheiro não dá para negar.
Por isso tudo, a 5ª Cúpula das Américas será possivelmente a última em que a ausente (Cuba) tem forte presença, uma tremenda anomalia.
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