DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Sob fortes críticas dos aliados, campanha do tucano pede 15 dias para avaliar êxito da tática de grudar em Lula
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos mais insatisfeitos; Jefferson também ataca a propaganda de Serra
Catia Seabra
DE SÃO PAULO - Apesar da reação de tucanos e aliados, está mantida a linha de comunicação da campanha de José Serra à Presidência, incluindo o eventual uso de imagens do presidente Lula na TV.
A estratégia tem, no entanto, prazo de validade: a Semana da Pátria.
A menos que haja grave turbulência até lá, a campanha trabalha com um prazo de até 15 dias para avaliação da eficácia do programa.
Haverá correção de rota se a candidatura não apresentar, até o feriado de Sete de Setembro, fôlego para chegada ao segundo turno.
Serra avaliza o trabalho do coordenador de comunicação, Luiz Gonzalez. Mas já dá sinais de desconforto, consultando aliados sobre a qualidade dos programas.
"Precisamos de pelo menos 10 dias para que haja uma maturação", afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), escalado para pedir um voto de confiança aos aliados.
Inconformados, tucanos alertam para o risco de exaltação da imagem de Lula, patrocinador de Dilma Rousseff (PT). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos mais insatisfeitos.
"O programa homogeiniza todo mundo: "Somos todos herdeiros de Lula". Não sou filho de Lula. Nem a Dilma é minha madrasta", protestava Roberto Jefferson (PTB).
A intenção, porém, é persistir no confronto de biografias, o que inclui a associação com a trajetória de Lula.
O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) confirma que a disposição é "checar o resultado em duas semanas mais". Segundo ele, a intenção de Gonzalez é mostrar que "Serra e Lula são "estadistas"". Mas que Dilma não está no mesmo patamar.
"Se o eleitor entender isso, será que ele quer um novo "estadista" ou exatamente o contrário, um pau mandado do Lula? Se for a segunda hipótese, é bumerangue. Se for a primeira, será um gol do Gonzalez."
A dificuldade, porém, será conter o PSDB. Ministro do governo FHC, Sérgio Amaral afirma que Serra tem sensibilidade social, mas lamenta que a candidatura não seja capaz de vocalizar esse compromisso para além das fronteiras de São Paulo.
O ex-ministro José Gregori defendeu a estratégia. Mas usou a expressão "esperança" para se referir às chances de Serra. "Minha esperança é que possamos desmontar o marketing de Lula."
Sob fortes críticas dos aliados, campanha do tucano pede 15 dias para avaliar êxito da tática de grudar em Lula
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos mais insatisfeitos; Jefferson também ataca a propaganda de Serra
Catia Seabra
DE SÃO PAULO - Apesar da reação de tucanos e aliados, está mantida a linha de comunicação da campanha de José Serra à Presidência, incluindo o eventual uso de imagens do presidente Lula na TV.
A estratégia tem, no entanto, prazo de validade: a Semana da Pátria.
A menos que haja grave turbulência até lá, a campanha trabalha com um prazo de até 15 dias para avaliação da eficácia do programa.
Haverá correção de rota se a candidatura não apresentar, até o feriado de Sete de Setembro, fôlego para chegada ao segundo turno.
Serra avaliza o trabalho do coordenador de comunicação, Luiz Gonzalez. Mas já dá sinais de desconforto, consultando aliados sobre a qualidade dos programas.
"Precisamos de pelo menos 10 dias para que haja uma maturação", afirma o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), escalado para pedir um voto de confiança aos aliados.
Inconformados, tucanos alertam para o risco de exaltação da imagem de Lula, patrocinador de Dilma Rousseff (PT). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos mais insatisfeitos.
"O programa homogeiniza todo mundo: "Somos todos herdeiros de Lula". Não sou filho de Lula. Nem a Dilma é minha madrasta", protestava Roberto Jefferson (PTB).
A intenção, porém, é persistir no confronto de biografias, o que inclui a associação com a trajetória de Lula.
O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) confirma que a disposição é "checar o resultado em duas semanas mais". Segundo ele, a intenção de Gonzalez é mostrar que "Serra e Lula são "estadistas"". Mas que Dilma não está no mesmo patamar.
"Se o eleitor entender isso, será que ele quer um novo "estadista" ou exatamente o contrário, um pau mandado do Lula? Se for a segunda hipótese, é bumerangue. Se for a primeira, será um gol do Gonzalez."
A dificuldade, porém, será conter o PSDB. Ministro do governo FHC, Sérgio Amaral afirma que Serra tem sensibilidade social, mas lamenta que a candidatura não seja capaz de vocalizar esse compromisso para além das fronteiras de São Paulo.
O ex-ministro José Gregori defendeu a estratégia. Mas usou a expressão "esperança" para se referir às chances de Serra. "Minha esperança é que possamos desmontar o marketing de Lula."
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