DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Aos aliados que ficaram insatisfeitos com a distribuição dos ministérios do futuro governo, um alerta: não convém esperar nomeações no atacado agora.
Dilma Rousseff vai se aproveitar do fato de que se trata de uma administração de continuidade para abrir as "torneiras" do segundo escalão com parcimônia.
Primeiro, porque isso tende a diminuir/diluir as pressões dos partidos. No varejo, a barganha fisiológica geralmente fica circunscrita a quem ocupa o posto e a quem a Presidência deseja nele instalar. Daí, por exemplo, o adiamento da troca na cúpula do Banco do Brasil.
Essa blindagem se dará sobretudo nas áreas que a presidente considera mais estratégicas. A pasta dos Aeroportos ainda não foi criada por essa razão -e não pelo receio de caos aéreo nestas férias, como o Planalto espalha. Dilma não quis correr o risco de ter de entregar o projeto de privatização do setor, ao qual ela se dedicou durante anos, a um político desconhecido e, principalmente, de fora do PT.
O segundo motivo para não fazer mudanças rápido é o paradoxo do primeiro: esses cargos poderão ser úteis ao Planalto para corrigir desequilíbrios na coalizão e garantir apoio em votações polêmicas no Congresso. O prometido Ministério da Microempresa sairá do papel quando conveniente a esse xadrez.
Terceiro, Dilma é fervorosa defensora de modelos transversais de gestão. Acha que as repartições costumam olhar o próprio umbigo e ignorar as prioridades do governo. Na Casa Civil, ela montou uma rede de "informantes" nas estatais mais nevrálgicas. Por que na Presidência fará diferente?
Por fim, há o diagnóstico de que cautela não faz mal. Muitos escândalos da era Lula eclodiram no segundo escalão -Erenice Guerra (tráfico de influência), Silas Rondeau (Navalha), Waldomiro Diniz (bingos) etc. Quanto menos nomeações agora, menores as chances de denúncias na largada do governo.
BRASÍLIA - Aos aliados que ficaram insatisfeitos com a distribuição dos ministérios do futuro governo, um alerta: não convém esperar nomeações no atacado agora.
Dilma Rousseff vai se aproveitar do fato de que se trata de uma administração de continuidade para abrir as "torneiras" do segundo escalão com parcimônia.
Primeiro, porque isso tende a diminuir/diluir as pressões dos partidos. No varejo, a barganha fisiológica geralmente fica circunscrita a quem ocupa o posto e a quem a Presidência deseja nele instalar. Daí, por exemplo, o adiamento da troca na cúpula do Banco do Brasil.
Essa blindagem se dará sobretudo nas áreas que a presidente considera mais estratégicas. A pasta dos Aeroportos ainda não foi criada por essa razão -e não pelo receio de caos aéreo nestas férias, como o Planalto espalha. Dilma não quis correr o risco de ter de entregar o projeto de privatização do setor, ao qual ela se dedicou durante anos, a um político desconhecido e, principalmente, de fora do PT.
O segundo motivo para não fazer mudanças rápido é o paradoxo do primeiro: esses cargos poderão ser úteis ao Planalto para corrigir desequilíbrios na coalizão e garantir apoio em votações polêmicas no Congresso. O prometido Ministério da Microempresa sairá do papel quando conveniente a esse xadrez.
Terceiro, Dilma é fervorosa defensora de modelos transversais de gestão. Acha que as repartições costumam olhar o próprio umbigo e ignorar as prioridades do governo. Na Casa Civil, ela montou uma rede de "informantes" nas estatais mais nevrálgicas. Por que na Presidência fará diferente?
Por fim, há o diagnóstico de que cautela não faz mal. Muitos escândalos da era Lula eclodiram no segundo escalão -Erenice Guerra (tráfico de influência), Silas Rondeau (Navalha), Waldomiro Diniz (bingos) etc. Quanto menos nomeações agora, menores as chances de denúncias na largada do governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário