Após a entrada de José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff sinaliza que fortalecerá o PR nos Transportes, para facilitar a aliança em torno de Fernando Haddad (PT) e ganhar tempo de TV. Parte do governo avalia ainda que a manutenção da candidatura de Grabriel Chalita (PMDB) pode ajudar Haddad
Planalto monta operação para unir PR a Haddad
Dilma avalia nomes do ex-senador Cesar Borges e do vereador Antonio Carlos Rodrigues para vaga de Paulo Passos no Ministério dos Transportes
Vera Rosa
BRASÍLIA - Preocupada com a entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff dá sinais de que fortalecerá o PR no Ministério dos Transportes, com o objetivo de abrir caminho para a aliança em torno do petista Fernando Haddad. Sem o PSD do prefeito Gilberto Kassab, que apoia Serra, Haddad corre para obter o aval do PR e engordar o tempo de sua exposição na propaganda política.
O Palácio do Planalto avalia agora os nomes do vereador Antonio Carlos Rodrigues, presidente do PR paulistano, e do ex-senador César Borges para a cadeira hoje ocupada por Paulo Sérgio Passos nos Transportes. A ideia é contemplar o PR na pasta e levar o partido a compor a chapa como vice de Haddad.
Rodrigues é suplente da senadora Marta Suplicy (PT-SP), conta com a simpatia do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e de fatia expressiva do PT, que quer emplacá-lo de qualquer jeito no governo.
Embora petistas como o deputado Jilmar Tatto (SP), líder da bancada na Câmara, digam que o partido deve procurar o PMDB, uma parte do governo avalia que a manutenção da candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) pode ser positiva para Haddad. O argumento para essa análise é o de que o eleitor de Chalita também vota em Serra, como indicam pesquisas de intenção de voto. Por esse raciocínio, sua permanência na disputa pode impedir o voto útil no PSDB.
Dilma foi orientada a não falar sobre a candidatura Serra, o apoio de Kassab a ele e também a desconversar sobre o desfecho da reforma ministerial. Na tarde de ontem, questionada sobre a entrada de Serra na corrida paulistana, a presidente adotou a estratégia acertada com seus assessores. "O governo é federal", respondeu Dilma, em Fortaleza, onde esteve para visitar obras. Um pouco antes, quando repórteres quiseram saber sobre a divisão da base aliada nas principais capitais, ela também usou a tática do despiste.
Trocas. O PR cobra a substituição do atual ministro dos Transportes para apoiar a candidatura de Haddad. Técnico, Passos assumiu a pasta em julho, quando Alfredo Nascimento, hoje senador, foi defenestrado da Esplanada no rastro de denúncias de corrupção. Embora filiado ao PR, ele não conta com o aval da sigla.
Apesar da pressão do PT para que Dilma também resolva logo o impasse com o PDT, que está com um interino no Ministério do Trabalho, o governo não vai agir antes do resultado da votação do Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp), marcada para hoje. Motivo: o PDT ameaça votar contra a proposta ou se abster no plenário.
O relacionamento do Planalto com o PDT tem enfrentando problemas desde a queda do ministro Carlos Lupi, também acusado de desvio de recursos. Agora, o PDT apresentou como pré-candidato à Prefeitura o deputado Paulinho da Força, mas os petistas desconfiam que o partido está negociando com Serra.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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