Apesar da proximidade do julgamento do mensalão e do fantasma do caso Waldomiro Diniz, petista diz que não recusa ajuda de Dirceu na campanha
Isadora Peron
A iminência do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) e as ameaças da oposição de convocar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para depor na futura CPI do Cachoeira não demoveram o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, de contar com o engajamento e o auxílio do colega petista na campanha.
"Nós não podemos esconder as pessoas que nos apoiam. Elas têm direito de expressar sua opinião sobre o melhor para São Paulo", afirmou ontem, durante visita à obra do futuro estádio do Corinthians, na zona leste da cidade. Dirceu foi apontado na denúncia da Procuradoria-Geral da República como "chefe da quadrilha" do mensalão. Haddad disse que não trabalha "com um cálculo" sobre o impacto que uma eventual condenação de pessoas ligadas ao PT no mensalão possa causar em sua campanha.
Também ontem, em entrevista à noite ao jornalista Paulo Henrique Amorim, na Record News, comentou, sobre o julgamento no STF, que transparência e investigação são bons e que a sociedade tem de cobrar. "Mas não pode cobrar de um só partido; deve cobrar de todos." Acrescentou, ainda, que importante é exigir "imparcialidade do STF, que deve se ater aos autos e não julgar sob pressão. Da imprensa, por exemplo".
Durante a visita ao Itaquerão, Haddad foi acompanhado, entre outros, por um dos envolvidos no mensalão: o deputado José Mentor (PT-SP). O pré-candidato negou, ainda, que Dirceu tenha trabalhado nos bastidores para acertar os nomes dos coordenadores da sua campanha. "O último contato que tivemos foi há meses." Questionado se acreditava na absolvição do Dirceu, disse conhecer pouco sobre o processo. Outros petistas, como José Genoino e Delúbio Soares, também são réus no caso.
Marta. O pré-candidato fez questão de comentar o apoio que recebeu no sábado da ex-prefeita Marta Suplicy. "Foi um gesto importante para a nossa pré-campanha. Isso demonstra unidade do PT em torno do projeto para a cidade. Nenhum de nós esperava outra atitude dela (de Marta)." No sábado, ao lado do ex-presidente Lula, que fez a sua primeira aparição em palanque após a cura do câncer da laringe, a senadora, até então afastada após ter a candidatura preterida, prometeu se empenhar na campanha de Haddad. "Eu e o Lula vamos estar a todo momento com você", prometeu.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário