Direção estadual ameaça expulsar militantes infiéis: "Isso não é negociável"
Renato Onofre
A dobradinha PMDB-PT começa a azedar antes mesmo do início do processo eleitoral no Rio de Janeiro. Militantes petistas ligados aos sindicatos são contra a aliança com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e vão apoiar a candidatura do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Na semana passada, um grupo do PDT ligado ao "Movimento de Resistência Leonel Brizola" já havia anunciado adesão ao deputado.
No último fim de semana, cerca de 50 petistas se reuniram com Freixo no Leme para anunciar a participação em sua campanha. Eles afirmam que o apoio ao PMDB não foi discutido internamente e que o acordo em prol da reeleição de Paes foi fechado apenas pela cúpula do partido.
- Atropelaram a história petista. Não houve um debate democrático com a base. Feriram o PT e sua militância. Este projeto de poder não nos representa. Apoiar Freixo é o mais coerente a ser feito - disse o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio, Stel Soares.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, ainda é cedo para fechar com o PSOL:
- Até o fim da semana, vamos tirar uma posição oficial sobre o processo eleitoral. A única certeza é que com Paes não vamos caminhar.
Entre os insatisfeitos com a aliança está o deputado federal Alessandro Molon (PT). Por meio de sua assessoria, o parlamentar confirmou que não apoiará Paes e nenhum outro candidato.
Apesar de minimizar a dissidência interna, o presidente estadual do PT, Jorge Florêncio de Oliveira, ameaçou expulsar qualquer filiado que subir em palanques de adversários no Rio ou no interior do estado:
- Ninguém pode obrigar a apoiar um ou outro candidato. Se ficar calado, nós vamos respeitar. Não vamos retaliar. Mas quem escolher caminhar com um opositor terá que fazer isso fora do partido. Não há dúvidas que este militante será expulso. Isso não é negociável - disse Florêncio.
FONTE: O GLOBO
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