Para 66%, manifestações nas ruas devem continuar
Pesquisa Datafolha aponta que apoio parte dos mais escolarizados e ricos
Avenida Paulista deve continuar como o principal palco dos protestos, segundo 72% dos entrevistados
SÃO PAULO - Dois a cada três paulistanos acham que os protestos nas ruas devem continuar, apesar de as tarifas de transporte em São Paulo --a razão para o início das manifestações-- terem sido reduzidas.
A conclusão é de pesquisa Datafolha feita anteontem na cidade de São Paulo. O instituto fez 606 entrevistas, com margem de erro de quatro pontos percentuais para cima ou para baixo.
São 66% a favor da continuidade dos protestos e 34% contra, revela a pesquisa.
O apoio está entre os mais escolarizados, aqueles com renda mensal de cinco a dez salários mínimos e entre os mais ricos. Contra estão principalmente os mais velhos e os que têm renda até dois salários mínimos.
As reivindicações futuras devem ser a melhoria da saúde, segundo 40%; outros 20% dizem que a educação deveria ser o alvo.
A tarifa de ônibus, trem e metrô caiu de R$ 3,20 para R$ 3 na quarta, por decisão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Fernando Haddad (PT), pressionados pelos protestos.
Outra questão corrobora o apoio do paulistano às manifestações. Para 65%, elas trazem mais benefícios pessoais do que prejuízos. Na terça, antes de a tarifa ter sido reduzida, esse índice era de 51%.
Quando a pergunta aborda o benefício para os paulistanos em geral, os resultados são semelhantes.
Cenário mais comum dos protestos, a avenida Paulista deveria continuar a ser usada como tal, de acordo com 72% dos entrevistados. A maioria, 88%, é contra a invasão de prédios públicos.
Atuação da PM
Em relação à atuação da Polícia Militar, o índice de anteontem foi semelhante aos verificados antes dos confrontos mais violentos com manifestantes, no dia 13.
Na ocasião, 105 manifestantes ficaram feridos, segundo organizadores do protesto. Policiais militares e jornalistas também se feriram.
Para 30% dos paulistanos, a PM é vista como nada eficiente na prevenção de crimes; antes do confronto, eram 27%. Na terça-feira passada, pós-confrontos do dia 13, esse índice atingiu 37%.
O mesmo fenômeno se deu com as opiniões sobre a violência nas ações da Polícia Militar: 43% entendem que a corporação é mais violenta do que deveria. Na terça, o número dos que tinham essa opinião era maior, 51%.
Depois dos episódios registrados no dia 13, a Polícia Militar deixou de usar balas de borracha e decidiu interferir nas manifestações de rua só em último caso.
Fonte: Folha de S. Paulo
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