Freire diz que decisão de se filiar e disputar Presidência só cabe a Marina; Aécio e Campos lamentam decisão, mas veem chance de herdar votos
João Domingos
BRASÍLIA - O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, tem esperanças de ver Marina Silva candidata pela sigla em 2014, mas pondera que cabe a ela conduzir e explicitar o desejo de aproximação: "O caminho quem tem que indicar é ela. Não depende de nós, mas dela". A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar a Rede, afirmou Freire, prova que "a legislação brasileira é profundamente antidemocrática" e ainda carrega "entulho autoritário".
O PSDB do senador Aécio Neves (MG) e o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, consideram que a rejeição pelo TSE da criação da Rede pode ser benéfica para as candidaturas dos dois partidos à Presidência em 2014 caso Marina opte por não se candidatar por outro partido. A hipótese, porém, não se sustenta pelos dados captados até então pelas pesquisas de opinião.
As duas prováveis candidaturas trabalham com um cenário em que vão herdar votos dos eleitores de Marina Silva. Embora tenham dito que lamentam pelos eleitores que poderão ficar impedidos de votar em Marina - e por ela própria-, dirigentes dos dois partidos, antes mesmo da decisão sobre o futuro da Rede, já estudavam estratégias para herdar os votos da ex-ministra obtidos na eleição de 2010: 19.636.359.
No PSDB, a avaliação é de que boa parte dos votos que iriam para a Rede poderá migrar para a oposição, pois a ex-senadora não é mais identificada o governo ou o PT. Pelo contrário, ela se tornou crítica do governo Dilma Rousseff, tanto na parte que se refere ao meio ambiente e à sustentabilidade quanto na forma como o Planalto conduz a economia e as relações políticas com aliados.
"Fomos solidários a ela, inclusive, quando a truculência do PT se fez mais presente na tentativa de impedi-la de alcançar seu objetivo no Congresso, disse Aécio em nota. Ele defendeu que Marina dispute: "A presença de Marina engrandece o debate democrático de ideias".
"Marina é porta-voz da mudança, o que se assemelha ao nosso discurso, de fugir da dicotomia entre PSDBe PT", disseo líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS).
Fonte: O Estado de S. Paulo
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