Após derrota na Justiça Eleitoral, líder da Rede afirma que foi vítima ação deliberada de cartórios e conforta aliados
Aécio e Campos lamentam decisão do TSE; presidente do PPS aponta 'violência antidemocrática'
BRASÍLIA e SÃO PAULO - Após o resultado do julgamento, a ex-senadora Marina Silva evitou assumir tom de derrota e afirmou que a Rede saiu vitoriosa porque ganhou o "registro moral".
Segundo ela, a futura legenda recebeu dos ministros do TSE o reconhecimento de que possui requisitos necessários para sua criação: programa, representação social e ética.
"Já somos um partido. Se agora não temos o registro legal, temos o registro moral perante a sociedade", disse.
Marina não admitiu erros da Rede na captação de assinaturas de apoiamento e voltou a responsabilizar os cartórios que teriam "ação deliberada" para prejudicar a criação do partido.
Ela sustentou ainda que poderia ter inflado o número de apoiamentos, mas preferiu seguir o caminho da legalidade. "Descartamos 220 mil assinaturas. Poderíamos contabilizar pela quantidade e não pela qualidade, mas para nós os fins e os meios têm que ser compatíveis", disse.
A ex-senadora ainda destacou que seguirá com o projeto de criação de seu partido e alfinetou os ministros. "Eu aprendi no tempo da ditadura que para ser um partido político bastava ter um programa, bastava ter compromisso, ter militância social".
Emocionada, Marina negou que estivesse decepcionada e fazia questão de dizer a aliados que "o sonho não acabou".
'Truculência do PT'
Líderes de oposição lamentaram a decisão do TSE, que rejeitou o registro para a Rede, de Marina Silva.
Para o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), houve "truculência do PT" para impedir a criação da legenda da ex-senadora.
O tucano, pré-candidato à Presidência, afirmou em nota que a presença de Marina no cenário "engrandece o debate democrático de ideias", mas ponderou que é necessário "respeitar a Justiça".
Também pré-candidato, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse que o registro "seria bom para o Brasil", que deseja "renovação e novas práticas".
O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), disse considerar a decisão do TSE uma "violência antidemocrática" e reiterou que seu partido aguarda uma posição de Marina sobre eventual filiação.
Já o deputado Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do PT, disse que o TSE cumpriu a lei. O petista disse que o resultado demonstra a necessidade de reforma política que "reveja o sistema partidário".
Fonte: Folha de S. Paulo
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