Beatriz Bulla
Durante bate-papo com internautas pelas redes sociais, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), enalteceu o papel dos jovens nas eleições deste ano. "Parece que tem um muro que separa o Brasil real do Brasil artificial lá de Brasília", criticou o governador, dizendo que nas manifestações de junho os jovens derrubaram parte desse muro e, nas eleições, vão derrubar a outra parte. Para o futuro adversário da presidente Dilma Rousseff na corrida pelo Palácio do Planalto neste ano, a juventude vai ter papel central para "criar uma nova política".
Ele comparou o momento atual com outras situações históricas marcantes, como a construção da democracia no País, o impeachment de Fernando Collor e a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Os jovens brasileiros precisam nos ajudar com energia, participação e espírito crítico a mudar o Brasil. Limpar a política, votar com dignidade", convocou Campos, em um bate-papo online transmitido pelo youtube, em que recebeu perguntas dos internautas enviadas pelo twitter.
Apesar de defender a mudança na política, Campos não respondeu questões enviadas pelos internautas sobre reforma de ministérios, por exemplo. Quase ao término da entrevista, o apresentador anunciou que faria perguntas sofre reforma tributária e, na sequência, sobre reforma política. Após a resposta de Campos sobre tributos, no entanto, anunciou que a transmissão seria encerrada em razão do tempo. O governador, no entanto, disse ao apresentador "faltou alguma pergunta sua". O tema na sequência não foi política, mas sustentabilidade, e Campos encerrou com um discurso sobre a necessidade de observar "os sinais da natureza" e assegurar políticas públicas sustentáveis.
Economia As críticas de Campos à condução da economia têm sido recorrentes. Ao falar para os internautas nessa tarde, o governador falou sobre as maneiras de diminuir os juros no País. "Uma das maneiras mais objetiva do juro baixar é o País não tomar também tanto dinheiro emprestado. Quando se tem regras mais claras e as regras são efetivamente cumpridas, também ajuda a baixar o juros."Ele classificou o momento atual como "complicado", "em que crescimento diminuiu, a inflação aumentou e o juro aumentou".
"Não se arruma a economia com decreto, com fala, é com trabalho. O conjunto da política tem que estar harmonizada numa visão. Não se faz isso se ficarmos só administrando a taxa de juros."
Bolsa Família
Questionado sobre o Bolsa Família, assegurou que "ninguém vai acabar" com o programa. "É mesma coisa que dizer que vai acabar o salário mínimo", comparou. "Bolsa Família é algo que foi incorporado como um direito do povo brasileiro. Um direito conquistado", afirmou. Ele classificou como "terrorismo eleitoral" anúncios de que haja intenção de encerrar o programa. "Precisamos melhorar as coisas. Tem muita coisa para melhorar, inclusive o Bolsa Família", concluiu.
Fonte: O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário