O voto é secreto, mas o número de ex-ministros de Lula e Dilma que não devem apoiar a reeleição já passa de dez e continua crescendo, num movimento curioso.
Eduardo Campos e Marina Silva puxam a fila dos ex-ministros que caminham para a oposição e parecem preferir esses dois ex-colegas de ministério em governos do PT ao tucano Aécio Neves.
Essa fila dos que são pró Campos e Marina --logo, anti-Dilma-- acaba de incluir o embaixador José Viegas, mas já tinha o vice do PSB, Roberto Amaral, e o pernambucano Fernando Bezerra Coelho, que relutou, mas cedeu e, afinal, ficou com o governador do seu Estado.
Campos já se insinua para ex-ministros de Lula que têm menos identidade com o PT e mais com os tucanos, como Roberto Rodrigues e Luiz Fernando Furlan. Aécio está atrasado, ou muito discreto.
Não seria surpresa, portanto, que Campos investisse também em Nelson Jobim, que brilhou como ministro da Defesa de Lula, mas saiu do governo Dilma trocando desaforos com a presidente. Votaria nela agora? Amigos desse gaúcho sem papas na língua apostam que não. Ele é ligado a Serra, não tanto a Aécio.
Campos vai além e já até sondou a celebridade Gilberto Gil para concorrer no Rio. Como Gil pode voar para qualquer uma das três candidaturas, livre, leve e solto, Campos desviou o alvo para um outro ex-ministro de Lula, Miro Teixeira.
E o que fará, por exemplo, o senador Cristovam Buarque, que já foi, ele mesmo, candidato à Presidência? Seus interlocutores informam que ele não irá com Dilma e está a um passo de anunciar apoio ao conterrâneo Eduardo Campos.
São 39 ministérios, com um entra e sai razoável, e há ainda muito peixe a ser pescado: Miguel Jorge, Geddel Vieira Lima, Reinhold Stephanes, Mangabeira Unger...
Consultando-se a lista de ministros de Lula, Dilma só tem 100% garantidos... os do próprio PT.
Fonte: Folha Oline
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