Gustavo Uribe – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Para descolar a sua campanha à do PSDB, o pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos, comparou o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ao segundo mandato do tucano Fernando Henrique Cardoso.
O dirigente do PSB disse, em encontro nesta terça-feira (13) com empresários do gás natural, que a atual crise energética é comparável à de 2001, quando o país passou por racionamento de energia.
Segundo ele, para não ser comparado à administração tucana, o governo federal não tem atuado de maneira transparente ou adotado medidas para evitar o agravamento do atual quadro energético no país.
"O atual governo federal não quer confessar que deixou o país em uma situação semelhante ao outro governo que ela [Dilma Rousseff] combatia em 2001", criticou. "Não quer evidenciar ao Brasil a semelhança dos dois", acrescentou.
O crescimento do pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, nas últimas pesquisas eleitorais levou o PSB a reformular a sua estratégia eleitoral. O partido elevou o tom das críticas à candidatura do tucano e procura diferenciar Eduardo Campos do outro candidato de oposição.
Até então, o governo de FHC vinha sendo poupado das críticas do pré-candidato do PSB, que elogiava o ex-presidente por ter controlado a inflação e estabilizado a economia.
Em palestras a empresários do varejo, promovida também nesta terça-feira (13), o dirigente do PSB voltou a defender a realização de uma reforma tributária "fatiada", feita ao longo de um mandato presidencial.
A proposta é oposta a de Aécio Neves, que promete a apresentação em até seis meses de administração de um projeto para redução e simplificação dos tributos. Segundo o presidenciável do PSB, "está mentindo" quem propõe uma reforma tributária "da noite para o dia".
"Quem vem aqui dizer que vai mudar da noite para o dia, eu posso dizer depois de ter vivido 12 anos no Congresso Nacional e depois de ter sido sete anos governador (de Pernambuco), está mentindo", criticou.
"Tarifaço"
O pré-candidato voltou a dizer que, caso seja reeleito, o governo federal irá aplicar um "tarifaço" em 2015 para arcar com a política de segurar os preços da energia em ano eleitoral. Segundo ele, essa medida não tem sido anunciada por "conveniência meramente eleitoral".
"A sociedade não sabe que em 2015 vai ter um 'tarifaço' de energia que ela vai pagar. Quanto mais ela poupar, menos vai pagar amanhã. Isso não está sendo dito por conveniência eleitoral", criticou.
O dirigente nacional do PSB afirmou que a questão da energia no governo federal "parece um filme de terror". Segundo ele, a presidente foi eleita para uma administração desenvolvimentista, mas acabou "parando o país"
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