• 'O fator previdenciário, criado no governo FHC, foi um câncer', afirmou um sindicalista
Pedro Venceslau e Elizabeth Lopes - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Dois dias depois de participar do encontro de empresários onde voltou a defender a receita da ortodoxia fiscal em eventual governo do PSDB, o senador Aécio Neves, pré-candidato da legenda à Presidência, participou nesta segunda-feira, 5, de um ato político organizado pelo sindicato nacional dos aposentados. Durante o evento, ele ouviu críticas duras à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas evitou sair em defesa do aliado.
"O fator previdenciário, criado no governo FHC, foi um câncer", disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Criado em 1999 pelo então presidente FHC, o fator previdenciário aplica ao valor dos benefícios previdenciários a idade do segurado e a expectativa de vida. Este mecanismo foi criado para desestimular aposentadorias precoces.
O senador recebeu um documento com demandas da categoria, que inclui, entre outras, o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas.
Em seu discurso, o tucano, que foi saudado aos gritos de "Brasil urgente, Aécio presidente", disse ter "grande preocupação com os aposentados", mas evitou falar sobre o fator previdenciário.
"O salário mínimo não pode ser peça de campanha eleitoral, como fez a Dilma", afirmou Aécio em palestra no Sindical Nacional dos Aposentados, em São Paulo. O tucano disse que encaminhará ainda nesta segunda-feira ao Senado um projeto para correção da tabela do Imposto de Renda. Ele criticou a presidente da República, Dilma Rousseff, que, em pronunciamento na véspera do Dia do Trabalho, anunciou uma correção de 4,5% na tabela do IR.
"As promessas não podem ser feitas apenas com sentido eleitoreiro, como fez Dilma em pronunciamento em cadeia de rádio e TV", disse Aécio. "Para mostrar que não faço propostas em troca de moeda eleitoral, estou apresentando hoje ao Senado um projeto que vai garantir a correção da tabela do Imposto de renda pelo IPCA pelos próximos cinco anos". Para Aécio, a tabela atual está defasada.
O pré candidato tucano também anunciou que o presidente nacional licenciado do sindicato dos aposentados, João Batista Inocentini, participará do grupo que vai elaborar o programa de governo do PSDB.
Na saída do evento na Sede Nacional dos Aposentados, que fica a poucas quadras da sede nacional do PT, o senador foi hostilizado por um popular que atirou nele uma bolinha de papel. E gritou: "Ele vai privatizar tudo de novo".
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