• Senador tucano disse que não vai mudar sua atuação se a ambientalista entrar na disputa presidencial
Thalyta Andrade - O Globo
DOURADOS - O senador Aécio Neves (PSDB) disse, nesta terça-feira, que a possível entrada de Marina Silva (PSB) na corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto não irá alterar sua campanha. Sem citar a adversária durante discurso feito na Associação Comercial e Empresarial da cidade, o candidato tucano concentrou suas críticas no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), que, segundo ele, está fazendo um presidencialismo “quase que imperial”.
— A Marina é uma candidata como os outros. Eu a respeito, mas (a confirmação da candidatura dela pelo PSB) não muda nada dentro do que tenho feito na minha campanha até agora — afirmou Aécio.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada na madrugada desta segunda-feira, Marina aparece com 21% das intenções de voto, em um empate técnico com Aécio, que tem 20%, enquanto Dilma lidera com 36%. Em um eventual segundo turno, a ex-senadora do Acre teria 47% contra 43% da presidente. No cenário em que o tucano vai para o segundo turno, ele teria 39% e perderia para Dilma, com 47%.
Falando para uma plateia de políticos aliados do Mato Grosso do Sul e empresários ligados ao agronegócio, o senador mineiro criticou o continuismo no governo federal:
— No País, há um presidencialismo quase que imperial, tamanha a força e boa vontade do atual governo (em se manter no poder).
Aécio propôs uma mudança no pacto federativo e na distribuição dos tributos recolhidos pela União entre os governos estaduais e municipais. A proposta agradou políticos locais, que reclamam da falta de investimentos do governo federal na região. Segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul, Dourados atende, com seus serviços públicos, moradores de 30 cidades da região.
— Temos assistido a uma concentração cada vez maior de receita na mão da união. Meu governo vai olhar mais pelo municípios e não deixá-los abandonados como hoje — afirmou o tucano.
Usando uma frase que já virou recorrente durante sua campanha, o senador afirmou que o Brasil é um “cemitério de obras inacabadas” para voltar a criticar o governo de Dilma Rousseff. Aécio disse que pretende investir em infraestrutura e citou a continuação da Ferro Oeste, que levaria a produção de grãos do centro-oeste até o Paraná.
— Em mais de dez anos no poder, o governo do PT não consegue concluir as obras. Tem muita coisa começada e não acabada — disse Aécio, para, na sequência ser aplaudido: — No meu governo, ninguém vai usar dinheiro para construir porto em Cuba.
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