• Em pronunciamento após a missa de sétimo dia da morte do ex-governador, vice na chapa do PSB destaca atuação de pernambucano para "renovar a política"
Daiene Cardoso e Nivaldo Souza - Agência Estado
BRASÍLIA - A vice de chapa de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva, fez na tarde desta terça-feira, 19, um pronunciamento após a missa de sétimo dia celebrada nesta manhã na Catedral de Brasília. Em 6 minutos e meio de declaração à imprensa, Marina disse que todos devem se unir neste momento para dar sentido ao compromisso por seu colega de chapa, que morreu em acidente aéreo na última quarta-feira, 13. "Nosso esforço, de todos nós brasileiros independentemente de partidos, é de que todo seu esforço, sua trajetória e insistência em renovar a política não seja tratada como herança, onde cada um pega um fragmento do despojo. Mas que seja tratado como um legado, um legado que, quanto mais pessoas puderem se apropriar dele, maior fica", disse.
Marina, que deve ser confirmada nesta quarta-feira, 20, como candidata oficial do PSB à Presidência, lamentou a perda de uma jovem liderança política "em todo o seu vigor físico, todo seu compromisso e coragem para dar a contribuição ao Brasil que tanto precisa". "Que pena que só agora o sentido se faz", afirmou. "Que bom que revelaram seus ideais. Que pena que para que se revelassem (esses ideais) fosse ao preço de tamanho sacrifício, de tamanha perda". Com a voz embargada e amparada por um assessor, a ex-senadora disse que a densidade política de Eduardo Campos causou neste momento uma "explosão de sentimentos" e que essa densidade tende a se expandir.
A ex-senadora lembrou que Campos não se rendeu às críticas sobre sua bandeira de uma nova política e que até o último momento "pediu para que não desistíssemos de lutar pelo Brasil". Marina lembrou também que Campos cresceu em uma família que tinha condições de viver de forma digna, mas que escolheu "lutar pelos que não tinham nada". Em seu pronunciamento, ela recordou ainda que Campos sentiu "as dores da privação da liberdade" em sua família - seu avô Miguel Arraes foi exilado político - e que, por isso, escolheu lutar pela democracia.
Ao final, Marina declamou um poema de autoria própria que disse ter lido recentemente para a viúva Renata Campos. "Porque viemos do pó, precisamos da água para virar massa", diz um dos trechos.
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