- Zero Hora (RS)
Durante reunião em Recife, o presidente do PSB, Roberto Amaral, disse ontem que a mulher de Eduardo Campos, Renata,é a grande liderança do partido, hoje. Se não aceitar participar da chapa de Marina, a viúva deverá avalizar nome da legenda
A definição do vice na chapa de Marina Silva é o último passo do PSB para assegurar a participação da sigla na corrida presidencial após a morte de Eduardo Campos na quarta-feira passada. A viúva do ex-governador de Pernambuco, Renata Campos, é cotada, mas o deputado federal Beto Albuquerque (RS) está entre os favoritos para a vaga.
A intenção da cúpula do PSB é resolver o impasse hoje, após a missa de sétimo dia de Campos. A cerimônia ocorrerá na Catedral de Brasília. Amanhã, a candidatura de Marina será oficializada em encontro da executiva da legenda, também em Brasília.
Até lá, o PSB espera encaminhar à candidata uma espécie de "inventário" de campanha. O documento vai listar os acordos políticos firmados por Campos e até os dados das finanças da coligação, que reúne ainda PHS, PRP, PPS, PPL e PSL. Nos Estados, a morte do ex-governador gerou incerteza sobre as alianças costuradas por ele, principalmente com o PSDB em São Paulo e com o PT no Rio. O PSB quer assegurar a manutenção dos acertos e recebeu sinal positivo de Marina. Por outro lado, o presidente da sigla, Roberto Amaral, prometeu a ela que não precisará permanecer no partido caso seja eleita. A ex-senadora trabalha para criar a Rede Sustentabilidade, que não foi reconhecida pela Justiça Eleitoral no ano passado.
É por isso que a escolha do vice é fundamental para os socialistas, que buscam alguém que represente o partido e Campos na chapa. Ontem, em reunião em Recife, Amaral ressaltou a importância da viúva:
– A grande liderança do partido, hoje, é Renata Campos. Peço que Renata esteja sempre conosco.
O encontro, um dia após o sepultamento do marido, foi convocado pela própria Renata para mostrar a manutenção do projeto de Campos de eleger Paulo Câmara como seu sucessor em Pernambuco. Vestida com uma blusa amarela e usando um adesivo com o rosto de Campos no peito, a mulher foi recebida com gritos de "Renata, vice" e "Guerreira". Mais cedo, o único irmão de Campos, Antônio Campos, disse que a cunhada "ainda resiste" à ideia de ser vice.
Filiada ao PSB desde 1991, Renata é auditora do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). De acordo com a legislação, para concorrer ela deveria ter se afastado do trabalho desde o início de julho, mas esteve em licença-maternidade e férias nos últimos meses. Sob comprovação de que não exerceu suas atividades no tribunal, Renata estaria liberada para disputar a eleição.
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