• Com relação entre Cunha e Fontana esgarçada, Guimarães assume o cargo na Câmara
Fernanda Krakovics, Júnia Gama e Isabel Braga – O Globo
BRASÍLIA - Dois dias depois de o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser eleito presidente da Câmara, o líder do governo na Casa, Henrique Fontana (PT-RS), admitiu ontem que perdeu as condições políticas para continuar nessa função e foi substituído pelo deputado José Guimarães (PT-SP). No auge do escândalo do mensalão, em 2005, um assessor de Guimarães, então deputado estadual no Ceará, foi preso em Congonhas com US$ 100 mil escondidos na cueca. Ele é irmão do ex-presidente do PT José Genoino, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no escândalo do mensalão e cumpre prisão domiciliar.
- Eu atuei muito pela eleição do Arlindo (Chinaglia). A função de líder do governo demanda conversas diárias, às vezes duas, três vezes por dia, com o presidente da Casa. E entendi que a circunstância política atual indica que o meu não é o melhor nome para esse momento - afirmou Fontana.
A relação entre Fontana e Cunha esgarçou de vez quando o então líder do governo classificou como "inaceitável" o peemedebista ter se declarado vítima de uma armação supostamente orquestrada pela Polícia Federal. Cunha, por sua vez, respondeu que não dialogaria mais com Fontana.
Desde anteontem, o governo Dilma tenta pacificar a relação com Cunha. Mas apenas a saída de Fontana pode não resolver o problema. Ontem, Cunha insinuou ao GLOBO que o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas, estaria na mesma situação de Fontana, por ter pressionado parlamentares para que aderissem à candidatura de Chinaglia.
- Na medida em que ele (Pepe) constrange, ele vai acabar se inviabilizando politicamente com os partidos. São eles que têm que falar - afirmou Cunha.
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