- Folha de S. Paulo
Na Polônia, Solidariedade é o nome do sindicato que enfrentou a ditadura comunista e abriu caminho para a volta da democracia. No Brasil, Solidariedade é o nome do partido criado por Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força.
O deputado é um dos principais defensores da terceirização geral e irrestrita do trabalho. Ex-metalúrgico, empunha uma bandeira que agrada aos empregadores e ameaça os direitos dos empregados. Não é a primeira vez que muda de lado.
Paulinho controla a Força Sindical, fundada em 1991 sob as bênçãos de Fernando Collor e da Fiesp. A central foi idealizada para rivalizar com o petismo e a CUT. Quando seus adversários chegaram ao poder, aderiu ao governo em troca de cargos no Ministério do Trabalho.
Em 2010, o dublê de deputado e sindicalista pediu votos para Dilma Rousseff. Agora recolhe assinaturas pelo impeachment da presidente. Entre uma coisa e outra, aproximou-se do tucano Aécio Neves e do peemedebista Eduardo Cunha.
Na sexta, os dois prestigiaram o aliado no "maior 1º de Maio do mundo", em São Paulo. A festa foi embalada por shows do cantor Latino e da dupla sertaneja Bruno e Marrone. Para atrair mais público, a Força sorteou 19 carros zero quilômetro.
O Solidariedade é o mais novo dos 32 partidos brasileiros. Seu breve retrospecto, que inclui uma tentativa de fusão com o DEM, mostra como novas legendas podem conviver com velhos vícios da política.
A sigla se envolveu na Operação Lava Jato por abrigar o ex-deputado baiano Luiz Argôlo, que pertencia ao PP. Ele disputou a última eleição pelo partido de Paulinho e só foi afastado em abril, depois de ser preso.
Na semana passada, o Solidariedade deixou sua impressão digital no ataque aos professores do Paraná. O secretário de Segurança do Estado, Fernando Francischini, é deputado federal pelo partido. Está licenciado do cargo para comandar a polícia do governo Beto Richa.
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